De: Margarida Antunes
Date: Thu, 29 de abril de 2010 às 11:10
Assunto: Percepção
----------------------------------------------
...Algo para ser meditado...
A SITUAÇÃO
Em Washington, DC, em uma estação de metro, numa manhã fria de Janeiro em 2007, este homem com um violino tocou seis peças de Bach cerca de 45 minutos. Durante esse tempo, cerca de 2.000 pessoas passaram pela estação, a maioria deles a caminho do trabalho. Após cerca de três minutos, um homem de meia-idade, percebeu que havia um músico tocando. Ele diminuiu o ritmo e parou por alguns segundos, e então ele apressou-se para cumprir o seu horário pré-estabelecido.
Cerca de 4 minutos mais tarde:
O violinista recebeu seu primeiro dólar. Uma mulher atirou o dinheiro para dentro do chapéu e, sem parar, continuou a andar.
Aos 6 minutos:
Um jovem encostou-se à parede para ouvi-lo, em seguida, olhou para o relógio e começou a andar novamente.
Aos 10 minutos:
Um menino de 3 anos parou, mas sua mãe arrastou-o à pressa. O garoto parou a olhar para o violinista uma vez mais, mas a mãe puxou-o com muita força e a criança continuou a andar, virando a cabeça o tempo todo. Essa acção foi repetida por vários outras crianças, mas todos os pais - sem excepção - forçaram os seus filhos a moverem-se rapidamente.
Aos 45 minutos:
O músico tocou continuamente. Apenas 6 pessoas pararam e escutaram por algum tempo. Cerca de 20 deram dinheiro, mas continuaram a andar ao seu ritmo normal. O homem reuniu um total de US $ 32.
Depois de uma hora:
Ele acabou de tocar e o silêncio tomou conta. Ninguém notou, e ninguém aplaudiu. Não houve algum reconhecimento do que se tinha passado.
Ninguém sabia disso, mas o violinista era Joshua Bell, um dos maiores músicos do mundo. Ele tocou uma das peças mais complexas já escritas, com um violino de US $ 3,5 milhões de dólares. Dois dias antes, Joshua Bell esgotou um teatro em Boston, onde os lugares são, em média, 100 dólares cada um, para ouvi-lo sentado a tocar a mesma música.
Esta é uma história verdadeira. Joshua Bell, incógnito a tocar no "DC Metro Station", foi uma organização do "Washington Post" como parte de um experiência social sobre percepção, o gosto e as prioridades das pessoas.
Esta experiência levantou várias questões:
*Em um ambiente de lugar-comum, numa hora imprópria, conseguimos apercebermo-nos da beleza?
*Conseguimos reconhecer o talento num contexto inesperado?
*Se assim for, não paramos para apreciá-la?
Uma conclusão possível de chegar a partir desta experiência pode ser esta:
Se não temos um momento para parar e ouvir um dos melhores músicos do mundo, tocando algumas das melhores músicas já escritas, com um dos instrumentos mais bonitos jamais feitos...
Quantas outras coisas nós a perder ao corremos ao longo e através da vida?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Querida Margarida,
ResponderEliminarEsta história verdadeira é dos melhores “posts” que já aqui foram colocados.
Dá vontade. Logo, de responder, fazendo um comentário.
Eu fiquei perplexa com o comportamento das pessoas. Eu sei que a vida é muito agitada e vivida a um ritmo alucinante. Mas vejo, mesmo nos Estados Unidos, por documentários, as pessoas a pararem para ver um macaco actuar num jardim público, ou coisa semelhante.
Se eu estivesse a passar naquele momento naquela estação de metro, podes ter a certeza que, mesmo que estivesse apressada, parava para ouvir.
1. Sou louca por música e, especialmente, por violino.
2. Fui criada num mundo da arte, onde tudo o que era arte era visto, ouvido, contemplado, valorizado e apreciado.
3. Já vivi situações, até em estações de Metro em Lisboa, em que fiquei parada a ver e ouvir Grupos Corais maravilhosos, por altura das festas do Natal, em ocasiões em que estava com pressa, cansada, mas que não podia deixar de parar e ouvir até ao fim, tal era a qualidade das “perfomences” em questão.
4. Cheguei a fazer viagens de metro, para as várias estações depois de remodeladas, para apreciar a arte em cada uma delas. E olha que eu, em média, levava de 3 a 4 horas diárias em deslocações de casa/trabalho, trabalho/casa, em que tinha que apanhar 6 transportes diários.
5. Mas isso nunca me afastou de ter um olhar atento para contemplar o belo e dar valor, até, à beleza das árvores, do rio Tejo, etc..
6. Se nos fechamos à arte e ao que é belo, que temos nesta vida que nos preencha e engrandeça o nosso interior e nos valorize como pessoa humana?
7. Tudo o que é arte e belo me emociona até às lágrimas e, certamente, não deixaria passar um um momento tão grandioso como aquele que referiste no teu “post”.
Obrigada por o teres partilhado aqui, neste Blog.
Com afecto
JOÃO