Jaime Gralheiro
Nascido e falecido em S. Pedro do Sul aos 83 Anos
Jaime Gralheiro faleceu com 83 anos, ontem, Sexta-Feira, em S. Pedro do Sul, de onde era natural.
Licenciado em direiro e dramaturgo, autor de reconhecidas peças, com uma vasta e importante obra.
Sobre as suas peças, o escritor Diniz Machado referiu: "tratam, em última análise, do problema da liberdade do indivíduo perante as inibições ou constrangimentos impostos pelo meio social".
Fica o artigo no Esquerda.Net, muito esclarecedor, sobre este homem que foi um "destacado lutador anti-fascista e defensor dos baldios" e um dos "Seres Únicos"...
Desejo que descance em Paz.
JOÃO
Morreu Jaime Gralheiro
21 de Junho, 2014 - 02:05h
Jaime Gaspar Gralheiro faleceu aos 83 anos. Advogado com escritório em S. Pedro do Sul, Jaime Gralheiro interveio em milhares de processos judiciais, destacando-se a sua intervenção nas questões ligadas aos baldios, de que era um forte defensor. Representou a Ordem dos Advogados como delegado na comarca da sua terra natal, desde o início dos anos 70.
Dramaturgo, escreveu com regularidade, sendo autor de peças como “Onde Vaz Luiz”, "Arraia-Miúda", "Na Barca com Mestre Gil" e da peça infantil "Farruncho". Em 1967 publicou um volume, no qual reuniu as suas peças “Paredes Nuas”, “Belchior” e “Ramos Partidos”.
Foi sempre um firme lutador pela liberdade, tendo participado ativamente antes do 25 de Abril no combate ao fascismo e na oposição democrática. Destacou-se também na defesa da agricultura, dos pequenos agricultores e dos baldios. Após o 25 de Abril de 74, foi presidente da comissão administrativa da Câmara Municipal de S. Pedro do Sul até ao verão de 75. Foi militante do PCP.
Lamentando a sua morte, a Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) salienta que Jaime Gralheiro “foi um dos mais ativos advogados” na questão dos baldios e “na defesa de direitos essenciais dos cidadãos durante a ditadura”.
A SPA destaca também que “a sua obra foi várias vezes premiada e em 1978 foi considerado o autor português mais representado do ano” e realça que “a obra dramática de Jaime Gralheiro, homem de princípios, convicções e palavra firme e clara foi frequentemente representada por companhias profissionais e amadoras”, tendo-se destacado a partir de 1975, como encenador “de uma boa parte das suas peças de teatro”.
“Nos últimos anos canalizou a sua energia criadora para a escrita e publicação de obras de ficção narrativa”, afirma a SPA, de que era associado da SPA desde 1964.
O presidente da Câmara de S. Pedro do Sul, Vítor Figueiredo declarou à agência Lusa que “com a morte de um dos seus mais ilustres o concelho de S. Pedro do Sul fica mais triste”.No passado dia 25 de Abril, a Câmara de S. Pedro do Sul homenageou Jaime Gralheiro e atribuiu o seu nome ao cineteatro local.
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