Deixo uma "post" que veio no Blog "Cantigas do Maio", no dia 29 de Março p.p..
É um trecho de um texto do "Cadernos de Lanzarote" de José Saramago.
Eu tenho uma admiração profunda por Saramago, como pessoa humana e como intelectual e escritor.
Acho excessivo o uso de palavras grosseiras. Mas, na idade dele e com a classe que ele tem - conheço-o pessoalmente e acho-o uma pessoa tímida, carinhosa e que se emociona, apesar de outros pensarem o contrário! -, admito que deixe escapar a palavra que eu considero feia. A idade dá, de facto, estatuto!
E este é o desabafo que todos nós quereríamos ter e não o fazemos.
Haja, pois, pessoas de coragem que chamem os bois pelos nomes.
Claro que não gosto de ver e ouvir, em lado algum, o tipo de linguagem que já vou vendo e ouvindo. Não há necessidade!...
Neste caso, há necessidade e “é” verdade!
Com muita admiração e carinho por este senhor,
JOÃO
Privatize-se tudo
«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo… e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»
José Saramago – Cadernos de Lanzarote - Diário III – pag. 148
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário