O Grande Acto: Nascer Mulher!
Sempre foi diferente - pelo menos em todos os países cuja história conheço -, nascer mulher! E aceitar ser tratada como um ser diferente, inferior ao homem, foi aceite, pela mulher, como uma situação normal, dependendo, claro, do local onde se nasceu.
Ao longo dos séculos as mulheres foram tratadas de forma diferente, não igualitária.
Tem sido preciso que as mulheres tenham lutado muito para conseguirem o estatuto de igualdade em relação aos homens.
Eu acho admirável e excepcional todas as mulheres que se impuseram, de alguma forma, para se afirmarem como iguais, que defenderam outras mulheres para poderem atingir a mesma igualdade, mesmo que isso tenha sido feito paulatinamente, em alguns países. Mas foi feito, de certo modo, em Portugal.
Eu sou daquelas que agradeço, também, a alguns homens terem estado e continuarem a estar ao lado das mulheres para que a mulher fosse considerada de igual forma como o homem.
Eu nasci em 1947 e nunca deixei que me considerassem diferente do meu irmão. Depois, mais crescidinha, nunca permiti que me considerassem diferente de qualquer homem. Tudo o que um homem podia fazer, eu podia também. E tive a felicidade de ter um pai que me apoiou no meu percurso e me aceitou como diferente da mentalidade vigente e me incentivou a ser como eu queria ser. Também tive a felicidade de ser filha de um ser único, um intelectual extraordinário, cujos amigos e amigas eram, também, do meu intelectual. Por isso, eu estava rodeada, até ter a minha própria vida, de mulheres e homens fabulosos, com mentes abertas e privilegiadas. Eu tinha, por isso, parte da minha vida facilitada! Só não me sentia bem no meio de certas mulheres que aceitavam que o estatuto da mulher era diferente e teria que ser assim, continuando, elas, a educar os homens para o machismo, para a discriminação e para a prepotência e sobre as mulheres.
Por isso eu digo que os piores inimigos das mulheres são as próprias mulheres.
Aqui em Portugal é assim: se uma mulher tem valor ou é diferente porque não aceita as convenções, ela é apontada por outras mulheres. Será inveja!? Eu penso que sim. Lamentavelmente a maioria das mulheres têm inveja das outras mulheres. E, em todo o mundo as mulheres poderiam já ter feito muito mais por elas próprias se estivessem unidas e se revoltassem contra as imposições que a sociedade impõe sobre elas. Dar a vida por esta causa, ao longo dos anos, era bem melhor do que viverem como vivem!
Como eu sempre achei e digo, não entendo como as mulheres continuam a educar os filhos homens a serem iguais aos homens que lhes impuseram as diferenças.
Mais: as mulheres se pensassem um pouco, e em vez de se juntarem às outras da mesma rua para falarem mal das vizinhas, se se unissem para pensar e passar a palavra que, se as mulheres quisessem, o mundo parava, a corrente chegaria a todo o mundo.
É verdade: se a mulher pára, o Mundo pára também. Pensem bem nisto!
Nunca eu seria capaz, por exemplo, de me deixar escolher por um homem! Eu é que escolhi sempre!
Eu, na minha vida, escolhi sempre tudo. Se estou mal, a culpa é minha. Mas sinto-me bem por dentro pois sou a única responsável pelo meu ser e pelo meu EU interior.
E se eu tivesse nascido noutro país, num país onde as mulheres têm que andar atrás do homem, tampar a cara, ter os filhos que o homem quiser, etc., eu teria desencadeado uma luta e teria dado a vida por esta causa:
A mulher tem que ter direito iguais! E mais nada!
E como isso ainda não acontece, e só por isso, e enquanto no mundo existir uma mulher que não tenha a igualdade como direito, eu celebro o Dia Internacional da Mulher e falo da MULHER.
Eu sou adepta daquela citação “Não sejas parte do problema! Sê parte da solução!... Por isso, MULHER, luta por ti própria. Começa por educar os teus filhos de maneira diferente!... E aceita que, se não fores audaciosa o suficiente para te rebelares, não critiques as mulheres que o fazem!
JOÃO
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