APELO FEMINISTA À PARTICIPAÇÃO
NAS ELEIÇÕES EUROPEIAS
A democracia europeia não se pode construir
à custa do sofrimento das mulheres, da sua pobreza e exclusão.
O igual acesso ao emprego, à habitação, à cultura,
a uma vida sem violência física e psicológica,
a envelhecer com dignidade
são parte integrante de uma sociedade democrática.
(Do programa eleitoral 2014 da Iniciativa Feminista Europeia)
A UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta apela à participação nas próximas eleições europeias. Estas não se destinam a escolher deputadas e deputados que vão estar, lá longe, em Bruxelas. Estas eleições são fundamentais para escolher políticas que podem defender, ou não, os nossos direitos.
Há que escolher entre manter as mesmas políticas de austeridade, mais ou menos mascaradas, ou uma outra via europeia de desenvolvimento económico, social e ambiental, assente no bem-estar das pessoas.
Há que escolher entre uma Europa conservadora que vota contra os direitos sexuais e reprodutivos, como aconteceu com o chumbo do Relatório Estrela em Setembro de 2013, e que não é capaz de incluir no seu programa de Saúde e Crescimento uma única menção à saúde sexual e reprodutiva, e uma outra Europa que acabe com as desigualdades entre as mulheres no acesso aos serviços de saúde reprodutiva.
Há que defender uma política comum europeia de proteção às mulheres, alvo de crimes sexistas e vítimas de violação de direitos humanos, para que possam requerer direito a asilo e proteção internacional.
Há que defender políticas inclusivas de imigração que não discriminem as mulheres imigrantes e garantam iguais direitos e oportunidades.
Precisamos de uma Europa solidária, que defenda políticas sociais, e não seja destruidora do Estado Social.
Precisamos de uma Europa que fomente uma verdadeira Educação para a Igualdade, capaz de desconstruir estereótipos sexistas, de forma que as novas gerações estejam libertas do sexismo, da homofobia e da violência.
Precisamos de uma Europa que fomente valores de defesa do ambiente e de um mundo sustentável, na defesa da biodiversidade e dos recursos naturais, num equilíbrio sistémico entre os processos económicos, sociais, culturais e intergeracionais.
O nosso voto nas eleições europeias implica escolher políticas europeias que podem defender os nossos direitos, que podem criar melhores condições de vida para o país.
O direito ao voto foi uma longa conquista das mulheres portuguesas. Não desprezemos esse nosso direito nas escolhas que tivermos de fazer.
POR UMA EUROPA FEMINISTA, SOLIDÁRIA E ECOLOGISTA!
22.05.2014