Foram hoje iniciadas as comemorações do primeiro centenário da implantação da república.
Viva a República! Vivam todos os que a tornaram possível. Mas não percamos, nunca, de vista os valores máximos da República, a cidadania e a liberdade, valores que, se não tivermos cuidado e nos deixarmos alienar, vamos perdendo...
A Revolta de 31 de Janeiro de 1891 foi o primeiro movimento revolucionário que teve por objectivo a implantação do regime republicano em Portugal. A revolta teve lugar na cidade do Porto e foi, então, fracassada. Mas chegámos lá, 19 anos depois!
Os ideais republicanos não estão, ainda, alcançados. Existe uma constituição com direitos que não são cumpridos e muitos deles longe se serem, algum dia, completamente praticados.
Podem dizer que muitos desses ideais são utópicos. Uma casa para todos; emprego para todos; educação para todos…! É difícil esses e outros ideais serem cumpridos para todos numa sociedade de costas viradas para a liberdade, a fraternidade, a igualdade e o direito à cidadania. Mas temos que lutar para que a República se torne cada vez mais um direito para todos e uma realidade sem entraves e sem corrupção, que rói todos os alicerces de uma conquista duradoura.
Foram tantos os que perderam a vida, ficaram presos, foram torturados para que pudéssemos, hoje, estar a iniciar as comemorações do primeiro centenário da república!...
Devemos a esses, não só honrar a sua memória, como continuar uma luta, usando os nossos direitos de cidadania, a que não devemos renegar nunca, direitos conquistados e por nós a manter lutando, mesmo se tivermos que dar a vida para que eles se mantenham.
Na nossa memória devem permanecer sempre os obreiros da conquista da República e daqueles que, mesmo depois de implantada a República, ainda eram presos pela PIDE e torturados nas prisões, como o meu avô, cujo único crime era ser republicano.
Os objectivos republicanos não os devemos perder de vista, nunca. E devemos incutir nos mais novos esse orgulho de termos tido alguém que lutou para que fossemos todos iguais e tivéssemos direito à liberdade e cidadania.
Temos que ser capazes que construir uma sociedade melhor, mais justa, com uma democracia plena, onde não se violem os direitos à liberdade de expressão, como já vai acontecendo.
Aos vencidos da revolta fracassada de 31 de Janeiro de 1891, dia que hoje foi recordado, devemos agradecer o início da caminhada para a conquista da implantação da República e, também, a expressão que usamos “não arranjes um 31” que frequentemente é usada para nos advertirem a termos cuidado especial em não escolhermos um caminho, uma solução, que pode acabar mal.
JOÃO
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