Manuel Alegre, hoje em almoço comemorativo do 31 de Janeiro, no Porto:
“Não serei candidato em nome de nenhum partido. Serei candidato por Portugal.”
Ouvi o discurso integral num dos canais de notícias de TV por Cabo. E fiquei muito feliz por Manuel Alegre ter feito essa referência porque muitos dizem que ele é o candidato do Bloco de Esquerda, por isso não vão votar nele.
Ele não é candidato pelo Bloco de Esquerda. Manuel Alegre é candidato à Presidência da República e ponto final. Depois recebeu e vai continuar a receber apoios à sua candidatura. O Bloco de Esquerda nada mais fez do que apoiar o candidato de esquerda que tem mais hipótese de ganhar e ser, assim, o Presidente de todos os Portugueses, derrotando Cavaco Silva. E é disso que se trata: a Esquerda Grande, abrangente, poder vir a ter um Presidente da Esquerda Socialista e Republicana que é o factor principal que une a Esquerda Democrática em Portugal.
Para leres o discurso integral de Manuel Alegre, clica aqui.
Deixo um Artigo de Opinião do meu camarada Carlos Santos, sobre a candidatura de Manuel Alegre.
JOÃO
Presidenciais já começaram
25-Jan-2010
Dentro de um ano teremos de novo eleições presidenciais. São umas eleições complicadas para a esquerda, já que o actual Presidente, Cavaco Silva, deverá concorrer a um segundo mandato e, nos 35 anos da democracia portuguesa, todos os presidentes foram reeleitos.
Atempadamente, na sua última convenção, o Bloco de Esquerda definiu, e bem, "a necessidade de uma candidatura presidencial de convergência o mais ampla possível para a luta política da esquerda". Concretizando-se essa candidatura o Bloco deverá apoiá-la, se tal não acontecesse o Bloco provavelmente seria obrigado a apoiar uma candidatura da sua área política.
No dia 15 de Janeiro, Manuel Alegre mostrou-se disponível para se candidatar à Presidência da República. É uma boa novidade. Nos últimos quatro anos, o antigo deputado socialista e vice-presidente da Assembleia da República destacou-se pela sua opinião independente e por se ter oposto com outros deputados socialistas aos ataques do governo Sócrates ao Serviço Nacional de Saúde, ao Código de Trabalho, aos professores. Alegre é e sempre foi militante do Partido Socialista, é natural que venha a ter o apoio do seu partido. Mas Manuel Alegre mostrou igualmente, nomeadamente nos últimos quatro anos, que é uma personalidade independente da direcção do seu partido e sobretudo do governo. As reacções enraivecidas contra ele, de Vitalino Canas e de alguns outros dos deputados do PS situados mais à direita, comprovam isso mesmo: que Alegre tem uma posição própria e que tem procurado fazer convergências à esquerda.
O Bloco de Esquerda só pode ver positivamente a disponibilidade de Manuel Alegre se candidatar e manifestar o apoio a essa intenção de candidatura, como já decidiu a sua mesa nacional.
A disputa das presidenciais começou já, vai ser uma dura batalha que provavelmente se resolverá logo à primeira volta. Nesse combate a esquerda confronta-se com uma forte candidatura de direita, a do actual presidente apoiado por PSD e CDS. É uma candidatura conservadora, defensora do sistema que levou à crise que vivemos.
Alegre, que há quatro anos mobilizou mais de um milhão de votos, apesar de não contar com o apoio do PS, pode protagonizar uma candidatura de combate às injustiças e de defesa do Estado Social.
Só uma candidatura claramente demarcada da política que Cavaco representa pode mobilizar o eleitorado e disputar as eleições. Manuel Alegre pode constituir essa candidatura.
Carlos Santos
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário