quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Morreu Holandesa Miep Gies: Ajudou Anne Frank e Salvou o seu Diário...

Cada um de nós, na nossa passagem pela vida, por muito curta que ela possa ser, tocamos, de algum modo, os outros. Mas uns tocam mais pessoas do que outros. E há aqueles que têm a capacidade de se tornarem de grande importância para a humanidade, por razões tão variadas como acolher e ajudar alguém que anda perseguido e fugido, como a família judia Frank e/ou ajudar a salvar e dar a conhecer ao mundo um documento tão precioso como foi, é e será o Diário de Ann Frank, um dos livros mais lidos no mundo e por todas as faixas etárias e que tem influenciado muitas pessoas a olhar para o Holocausto de uma forma bem diferente, bem mais crítica e consciente… Uma dessas pessoas, Miep Gies, faleceu há 2 dias, com 100 anos de idade, depois de ter visto, também ela, a sua vida influenciada pelo Diário de Ann Frank que, ao encontrá-lo, depois de Ann Frank ter sido apanhada, com a sua família, e levada para campos de concentração, onde viriam a falecer, o guardou religiosamente e o entregou, depois, ao avô de Ann Frank, e, assim, permitiu que ele viesse a ser publicado e que se tivesse tornado num extraordinário documento histórico.
Recordar esta Holandesa é, pois, prestar uma singela homenagem ao fantástico ser humano que foi Miep Gies, o último membro de um grupo que teve a coragem de arriscar a própria vida para ajudar aquela família judia.
JOÃO
Morreu holandesa que ajudou Anne Frank e descobriu diário
00h30m

Miep Gies escreveu, um dia, que não havia nada de especial para dizer a seu respeito. Mas ter ajudado a família de Anne Frank a esconder-se dos nazis, ao longo de dois anos, e salvar o diário que viria a ser um dos livros mais publicados do Mundo é, de facto, algo muito especial. Miep Gies faleceu, anteontem, aos 100 anos. Era a última sobrevivente do grupo que tentou salvar a família Frank.

Nasceu a 15 de Fevereiro de 1909, em Viena, tendo emigrado para a Holanda quando tinha 11 anos. Gies foi assistente administrativa e, aquando da Segunda Guerra Mundial, escondeu e alimentou a família de Anne Frank com a ajuda de mais três pessoas.

Entre Julho de 1942 e Agosto de 1944, os oito clandestinos viveram num esconderijo num anexo da sua casa, em Amesterdão, local onde, também, funcionava a empresa familiar Opekta. Contudo, a polícia nazi invadiu o abrigo e a família Frank foi levada então para campos de concentração. Anne Frank viria a falecer em 1945, no campo de Bergen Belsen.

Mas a sua curta vida tornou-se conhecida em todo o Mundo graças a Gies, que descobriu o diário de Anne Frank e o entregou a Otto Frank, seu avô e único sobrevivente da família judia.

A primeira publicação do diário, que relata a vivência da adolescente e da sua família perseguida pelos nazis, data de 1947, em língua holandesa. Mais tarde, foi traduzido em cerca de 70 línguas, tornando-se num dos livros mais lidos de sempre.

Gies, que sempre disse que apenas fez o que pôde para ajudar, deu várias conferências após a guerra com o objectivo de manter viva a memória de Anne Frank. Também trocou correspondência com pessoas em todo o Mundo e envolveu-se em campanhas contra o Holocausto.

Sem comentários:

Enviar um comentário