Cada um de nós, na nossa passagem pela vida, por muito curta que ela possa ser, tocamos, de algum modo, os outros. Mas uns tocam mais pessoas do que outros. E há aqueles que têm a capacidade de se tornarem de grande importância para a humanidade, por razões tão variadas como acolher e ajudar alguém que anda perseguido e fugido, como a família judia Frank e/ou ajudar a salvar e dar a conhecer ao mundo um documento tão precioso como foi, é e será o Diário de Ann Frank, um dos livros mais lidos no mundo e por todas as faixas etárias e que tem influenciado muitas pessoas a olhar para o Holocausto de uma forma bem diferente, bem mais crítica e consciente… Uma dessas pessoas, Miep Gies, faleceu há 2 dias, com 100 anos de idade, depois de ter visto, também ela, a sua vida influenciada pelo Diário de Ann Frank que, ao encontrá-lo, depois de Ann Frank ter sido apanhada, com a sua família, e levada para campos de concentração, onde viriam a falecer, o guardou religiosamente e o entregou, depois, ao avô de Ann Frank, e, assim, permitiu que ele viesse a ser publicado e que se tivesse tornado num extraordinário documento histórico.
Recordar esta Holandesa é, pois, prestar uma singela homenagem ao fantástico ser humano que foi Miep Gies, o último membro de um grupo que teve a coragem de arriscar a própria vida para ajudar aquela família judia.
JOÃO
Morreu holandesa que ajudou Anne Frank e descobriu diário
00h30m
Miep Gies escreveu, um dia, que não havia nada de especial para dizer a seu respeito. Mas ter ajudado a família de Anne Frank a esconder-se dos nazis, ao longo de dois anos, e salvar o diário que viria a ser um dos livros mais publicados do Mundo é, de facto, algo muito especial. Miep Gies faleceu, anteontem, aos 100 anos. Era a última sobrevivente do grupo que tentou salvar a família Frank.
Nasceu a 15 de Fevereiro de 1909, em Viena, tendo emigrado para a Holanda quando tinha 11 anos. Gies foi assistente administrativa e, aquando da Segunda Guerra Mundial, escondeu e alimentou a família de Anne Frank com a ajuda de mais três pessoas.
Entre Julho de 1942 e Agosto de 1944, os oito clandestinos viveram num esconderijo num anexo da sua casa, em Amesterdão, local onde, também, funcionava a empresa familiar Opekta. Contudo, a polícia nazi invadiu o abrigo e a família Frank foi levada então para campos de concentração. Anne Frank viria a falecer em 1945, no campo de Bergen Belsen.
Mas a sua curta vida tornou-se conhecida em todo o Mundo graças a Gies, que descobriu o diário de Anne Frank e o entregou a Otto Frank, seu avô e único sobrevivente da família judia.
A primeira publicação do diário, que relata a vivência da adolescente e da sua família perseguida pelos nazis, data de 1947, em língua holandesa. Mais tarde, foi traduzido em cerca de 70 línguas, tornando-se num dos livros mais lidos de sempre.
Gies, que sempre disse que apenas fez o que pôde para ajudar, deu várias conferências após a guerra com o objectivo de manter viva a memória de Anne Frank. Também trocou correspondência com pessoas em todo o Mundo e envolveu-se em campanhas contra o Holocausto.
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