sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Miguel Portas | Madeira: Uma Louca Aventura de Betão | Alberto João Jardim: Um “tiranete excêntrico” sem qualquer graça e que criou um “pesadelo colectivo”

Entrevista de Miguel Portas ao programa “Conselho Superior" da Antena 1, em que o Eurodeputado eleito pelo Bloco de Esquerda no Parlamento Europeu, faz o seu comentário semanal sobre a actualidade política.
Nesta entrevista, Miguel Portas não podia fugir ao tema principal e mais quente: a MADEIRA e Alberto João Jardim.
"Miguel Portas diz que a factura da dívida da Madeira vai custar 29 mil euros a cada madeirense e que Passos Coelho está a proteger Alberto João Jardim ao esconder o programa de austeridade até depois das eleições."
Mais uma vez um Miguel Portas muito claro, coerente e didáctico.
Imperdível!!!
JOÃO

Miguel Portas no programa "Conselho Superior"
Antena 1 - 2011/10/07
Madeira: uma louca aventura de betão
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Carregado por em 07/10/2011

“Agora que chega a factura e os portugueses estão de tanga esta história do Alberto João Jardim deixou de ter graça”, advertiu Miguel Portas em vésperas das eleições regionais na Madeira. “E uma vez que, com a sua irresponsabilidade, Alberto João Jardim criou um problema novo sobre a unidade do país, para tudo isto não descambar era muito bom que os madeirenses pudessem acabar no domingo com a maioria absoluta deste homem”, acrescentou o eurodeputado do Bloco de Esquerda na sua intervenção semanal no espaço Conselho Superior da Antena Um.

Miguel Portas comentou que no caso de se confirmarem sondagens que admitem o fim da maioria absoluta do actual presidente do Governo Regional “estaríamos perante um grande acontecimento”.

O “buraco nas contas” é o principal causador desta hipótese, que poderá levar muitos madeirenses a não se absterem e a contribuírem para uma nova situação.
Quanto à situação que existe, o eurodeputado da Esquerda Unitária (GUE/NGL) lembrou-a em traços gerais: um défice de 20 por cento do PIB, que em percentagem triplica o do país, uma dívida de 29 mil euros por cada madeirense, uma “dívida pública calada” de mais de seis mil milhões de euros com parcerias público privadas que pode mesmo atingir os nove mil milhões. É um panorama “insensato, mas é assim que se arrisca a terminar uma longa e louca aventura de betão que agora na hora da factura se está a transformar num pesadelo colectivo”.

Para Miguel Portas o que importa agora saber “é como se vai resolver esta trapalhada, quem vai pagar e como vai pagar”.

E o que está em causa é o que ainda ninguém sabe, porque o Governo Central tem “falado de menos e vai obrigar os madeirenses a votar no escuro”: “serão os madeirenses ou todos os portugueses a pagar”? E “a rede de empresas beneficiárias dos contratos públicos, das derrapagens orçamentais, dos sistemas de favores organizada à volta do Governo Regional vai pelo menos devolver parte do que ganhou indevidamente ao longo destas décadas de obras públicas, muitas delas insensatas”?

E em relação ao offshore da zona franca da Madeira, “onde em escritórios de 100 metros quadrados dois advogados ditos benévolos gerem os lucros de cerca de 1500 empresas? Vai esta gente começar a pagar ou quem vai pagar serão sempre os mesmos de sempre”, na Madeira e no Continente?, perguntou Miguel Portas.

O eurodeputado chamou a atenção para o facto de se ter esgotado a “imagem benévola” de um Alberto João Jardim visto como “um tiranete excêntrico”. “Está a aumentar o número de pessoas que querem que a Madeira seja independente ou vendida a preço de saldo com Alberto João Jardim como brinde”. Mas “isto não tem graça”, acrescentou. “A irresponsabilidade de Alberto João Jardim criou um problema novo sobre a unidade do país” e para que tudo “não venha a descambar era muito bom que os madeirenses pudessem acabar com a maioria absoluta deste homem”.

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