Sabugal 1943 - Porto 2012
Manuel António Pina
O Prémio Camões 2011
Escritor, Poeta, Advogado e Jornalista, Manuel António Pina morreu ontem, sexta-feira, dia 19 de Outubro de 2012, aos 68 anos de idade, após doença prolongada, na cidade do Porto, onde vivia desde os 17 anos e onde ele esperava morrer, como referiu em 2011 após ter vencido o Prémio Camões:
"O Porto assenta-me perfeitamente. Provavelmente é aqui que vou morrer e hei-de ficar a fazer parte da cidade fisicamente".
Apesar de licenciado em Direito, na Universidade de Coimbra, exercia a advocacia, mas de forma graciosa e muito virada para a defesa de Associações ligadas à Cultura.
A sua profissão foi, sem dúvida, como Jornalista, nos vários ramos do jornalismo, tanto nos Jornais, como na Rádio e na Televisão.
Como escritor, tornou-o conhecido internacionalmente, especialmente na poesia.
Tem uma vasta obra que abrange a novelística, a dramaturgia e o ensaio. Entre os livros que publicou destacam-se:
"O Caminho de Casa" (1988), "Nenhuma Palavra e Nenhuma Lembrança" (1999), "A Noite" (2001), "Como se desenha uma casa" (2011) e "Todas as Palavras" (2012).
Recebeu o Prémio Camões em 2011 e é, sem dúvida, um dos poetas mais considerados da Língua Portuguesa.
Partiu! Tudo e todos têm um fim... Uns deixam mais saudades... Uns são seres únicos!...
Este homem partiu muito cedo, deixa muitas saudades e foi um dos meus seres únicos!Deixo, em jeito de homenagem, um fabuloso poema de um extraordinário homem que partiu cedo demais...Partiu! Tudo e todos têm um fim... Uns deixam mais saudades... Uns são seres únicos!...
Partilho-o de um Blog sobre Gatos, já que os gatos são uma das minhas paixões.
JOÃO
Do Blog "Tantos gatos!"
Tantos gatos!: Manuel António Pina 1943-2012
Sexta-feira, 19 de Outubro de 2012
Manuel António Pina 1943-2012
Há um deus único e secreto
em cada gato inconcretogovernando um mundo efémero
onde estamos de passagem
Um deus que nos hospeda
nos seus vastos aposentos
de nervos, ausências, pressentimentos,
e de longe nos observa
Somos intrusos, bárbaros amigáveis,
e compassivo o deus
permite que o sirvamos
e a ilusão de que o tocamos
"Os gatos", de Manuel António Pina
(in Como se desenha uma casa; ed. Assírio & Alvim, 2011)
em cada gato inconcretogovernando um mundo efémero
onde estamos de passagem
Um deus que nos hospeda
nos seus vastos aposentos
de nervos, ausências, pressentimentos,
e de longe nos observa
Somos intrusos, bárbaros amigáveis,
e compassivo o deus
permite que o sirvamos
e a ilusão de que o tocamos
"Os gatos", de Manuel António Pina
(in Como se desenha uma casa; ed. Assírio & Alvim, 2011)
Fotos: Clara Azevedo/CLICKLIGHT
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