sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Luís Fazenda Encerra Debate do BE na AR - Ausência de combate à corrupção foi "buraco negro do debate"

Adorei ver e ouvir Luís Fazenda a encerrar o debate, por parte da bancada do Bloco de Esquerda, eu que temi, depois das Autárquicas, não o ver mais no Parlamento.

Deixo, por isso, no final, uma matéria que vem na ESQUERDA.NET.

A ausência de debate por parte do Governo e do PS sobre a CORRUPÇÃO, que devia ter sido uma preocupação que merecia honra de abertura dos Trabalhos por parte do Primeiro-Ministro e por parte do PS, partido vencedor das legislativas, foi o CASO deste debate sobre o Programa do Governo.

Não perdi um único minuto de debate. Nem sempre a olhar para o canal AR, mas sempre a ouvir. Fiquei com a ideia, como todos aliás, que o PS tinha ganho com maioria absoluta. E não gostei da forma como o PM respondeu, ontem, a Francisco Louçã sobre ele, PM, ser o Primeiro-Ministro e não Francisco Louçã, como este queria... Enfim! este tipo de condutas não dignifica o PM, nem o cargo, nem a política de seriedade. Eu bem sei que poderia ter sido uma brincadeira... Mas não a usaria na AR em directo e em resposta a uma intervenção brilhante feita por Louçã.

Aliás, o PM prima por não dar respostas e fazer muitas perguntas. Mas o facto de ele ter uma maioria relativa valoriza o papel do Parlamento, visto a democracia ser, assim, reforçada pela necessidade de negociação para fazerem passar a legislação...

Só este facto deveria fazer com que o PM fosse ao Parlamento com outra atitude; pelo menos deixar de ignorar as perguntas da Assembleia, na figura dos seus deputados legitimamente eleitos e passar a ouvir, com atenção, as outras forças políticas, coisa que o PM ainda não interiozou que tem que aprender a fazer.

O Parlamento vê, assim, com esta maioria relativa do PS, a sua fiscalização reforçada. O Governo tem que Governar e a AR tem que deixar governar. Mas o absolutismo do PM tem que acabar!

Deixo aquela que foi para mim a FRASE DO DIA:
"Senhor Primeiro-Ministro, reconcilie-se com a Constituição da República..."
Luís Fazenda, no debate da AR - Hoje, dia 06-Nov-2006

Até
JOÃO

Ausência de combate à corrupção foi "buraco negro do debate"
06-Nov-2009
Luís Fazenda encerrou o debate do programa de governo pela bancada bloquista e acusou o governo de querer colocar a oposição "entre a espada e a parede". A ausência de medidas de combate à corrupção mereceu as maiores críticas da bancada bloquista.

As primeiras críticas de Luís Fazenda foram para a atitude com que o governo se apresenta nas primeiras semanas de actividade e neste debate do programa de governo. "Não é por acaso que a avaliação dos professores ganhou uma centralidade neste debate", afirmou o deputado bloquista para demonstrar que esse tema serve hoje para medir "a capacidade de diálogo do governo Sócrates 2".

Fazenda respondeu à intervenção de José Sócrates na véspera. "Enquanto António Guterres avisava a oposição que se colocasse o governo entre a espada e a parede, escolheria a espada, José Sócrates diz às oposições: 'olhem que vamos pôr-vos entre a espada e a parede'. É uma revisitação de Guterres, mas ao contrário", defendeu Fazenda.

"Este é um governo minoritário, mas absoluto. E é assim que quer relacionar-se com a oposição. É um mau começo", prosseguiu Luís Fazenda, que não deixou de assinalar a responsabilidade política do governo em prosseguir a desregulamentação dos mercados financeiros e as privatizações que não constaram no programa do governo".

Mas foi a ausência de medidas de combate à corrupção por parte do PS que mereceu as maiores críticas no encerramento deste debate. Fazenda desafiou o governo a "no mínimo, seguir o exemplo do governo espanhol no que respeita ao sigilo bancário". "Aquilo que o PS aqui deixou como linha motriz para a legislatura acerca do combate à corrupção é pouco menos que nada. E esse foi o ponto negro, o buraco negro do debate do programa do governo", concluiu o deputado do Bloco.

1 comentário:

  1. A CORRUPÇÃO preocupa-me muito e devia preocupar todos os Portugueses, os Europeus e o Mundo em geral. A corrupção é uma doença "pandémica", que mina e corrói toda a sociedade.

    Todas as medidas que forem adoptadas em Portugal para acabar com a corrupção, não serão suficientes. A corrupção nunca terá os dias contados enquanto os paraísos fiscais existirem, a nível mundial, onde os indivíduos podem abrir contas e empresas com a sua identidade altamente protegida, porquanto estes paraísos fiscais garantem o sigilo bancário absoluto. São os chamados "offshores", que existem por toda a parte, até em Portugal, na Madeira, por exemplo.

    Se Portugal não acaba com o seu estimado "offshore" da Madeira, como podemos exigir que os outros países acabem. Tem que haver vontade política a nível mundial, e não só aqui ou na Europa. Senão, os tentáculos da corrupção continuarão a chegar a todos os cantos do mundo e a atingir todas as sociedades.

    As normas de direito internacional que tentam controlar o fenómeno da lavagem de dinheiro nunca poderão ser aplicadas…

    Será que alguma vez será possível acabarem os paraísos fiscais? Se são os Grandes que se servem deles, se são os Grandes que são corruptos, não me parece que algum dia seja possível exterminar essa malvada doença que é a corrupção.

    JOÃO

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