Mas há 20 anos, numa sessão do Parlamento, foi decidido que as passagens existentes no Muro iriam ser abertas. E eu penso que isso aconteceu no dia 7 de Novembro de 1989, dia em que um dos meus sobrinhos nasceu. Lembro-me de saber que iam deixar de matar as pessoas que tentavam passar o muro. E eu estava feliz!
O Muro de Berlim era derrubado, finalmente; e tudo aconteceu sem tiros, sem agressões; sem medo! Tudo aconteceu de forma pacífica, como no 25 de Abril! Era a festa de uma nova vida!
Sei que há muitos muros ainda para derrubar… E penso que a HUMANIDADE mostra que não aprende com a HISTÓRIA! Não consigo conceber nem aceitar que ainda haja tantos muros: na fronteira entre os Estados Unidos e o México; na Cisjordânia e na Faixa de Gaza; em Schengen; na Ásia, Coreia do Norte e Coreia do Sul...; África… Enfim! Tantas e tantas divisões!
A queda do Muro de Berlim, momento simbólico do início do episódio da unificação de um mesmo povo, que não está completamente resolvido, pois existem ainda muitas diferenças entre os dois lados que estiveram divididos durante 27 anos, mas está no bom caminho… É um processo gradual e natural!
Ainda que a RDA pudesse ser mais desenvolvida, mais culta, as liberdades individuais eram muito acentuadamente eliminadas. E, como eu sou contra todo o tipo de regime totalitário, não podia estar do lado da RDA. O Comunismo descambou num um sistema social de fachada onde a desigualdade imperava e os privilégios da classe dominante era uma realidade; a repressão, a censura, a opressão militar e policial, as prisões políticas… em tudo idêntico ao que se passava nos governos fascistas. Só o nome é que mudava!
RDA – República Democrática da Alemanha. Uma mentira! A democracia existe quando o socialismo - e não o comunismo! – representa a não violação dos direitos humanos, a liberdade de expressão e a liberdade individual de cada ser humano.
Deixo-vos com a matéria que saiu na ESQUERDA.NET sobre a apresentação do voto do Bloco de Esquerda pela deputada Catarina Martins, voto de saudação pela queda do Muro de Berlim, apresentação a que eu assisti pela TV AR - na passada Quarta-Feira, dia 11 de Nov -, e que me deixou de queixo caído por só os Verdes terem apoiado o Bloco neste voto.
Deixo, também, o texto do voto apresentado pelo Bloco de Esquerda.
JOÃO
PS, CDS e PCP chumbam voto sobre os 20 anos da queda do Muro
12-Nov-2009
Nesta Quarta feira na Assembleia da República, o PS, o CDS e o PCP juntaram os seus votos para chumbar uma saudação apresentada pelo Bloco de Esquerda, a respeito da queda do Muro de Berlim há 20 anos.Saudando a mobilização popular que fez cair um regime repressivo, o voto assinalava a construção de outros muros, como na Palestina, na fronteira entre os Estados Unidos e o México ou noutros lugares do planeta, e condenava todas as restrições aos direitos democráticos.
O PS preferiu alinhar com os votos apresentados pelo PSD e CDS, que recapitulavam a teoria do fim da História. A deputada Catarina Martins lembrou à direita e ao PS que o discurso da Guerra Fria sobre o "mundo livre" era feito quando em Portugal havia uma ditadura protegida por essa Guerra Fria. O PCP opôs-se a todos os votos que se referiam aos 20 anos da queda do Muro, enquanto os Verdes votaram com o Bloco de Esquerda.
Voto n.º.../XI de Saudação pela Queda do Muro de Berlim
As imagens da alegria contagiante e autêntica vivida por milhares de berlinenses na madrugada e dia 9 de Novembro de 1989, com a queda do Muro e com a promessa de democracia e de liberdade individual, convocaram o mundo para uma poderosa promessa de liberdade.
Hoje, vinte anos passados sobre a vitória da lenta, persistente e tantas vezes ignorada resistência contra a opressão, sabemos que a liberdade de circulação de capitais suplantou largamente a liberdade política e a progressão da democracia convocada pelos acontecimentos de Berlim.
Onde caiu o muro da vergonha outros se levantaram. Na Cijordânia e em Gaza, entre os Estados Unidos e o México, em Mellilla ou Fafah, ou entre as duas Coreias. Muros e barreiras que se ergueram ignorando os apelos internacionais e as vozes de protesto que pedem o respeito pelos mais elementares direitos humanos.
Reunida em Plenário, a Assembleia da República expressa a sua congratulação pela queda do Muro de Berlim, na expectativa de que todos os muros e barreiras artificiais sejam levantados, no cumprimento do mais elementar respeito pelos direitos humanos.
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