O Governo diz que o Decreto-Lei aprovado no dia 16 de Setembro vai fazer baixar o preço dos medicamentos em 6%. Tenho as minhas dúvidas porque a indústria farmacêutica insiste na nulidade desta medida. Por outro lado, os mais necessitados, com pior poder económico, são muito penalizados com este diploma, pois a comparticipação de medicamentos a 100% que os beneficiava acaba e vai passar apenas para 95%. Também os medicamentos "antiácidos", os "antiulcerosos", os "anti-inflamatórios" passam a ter apenas metade da comparticipação que esta franja da população mais carenciada recebia até à data.
Por tudo isto, e porque este diploma é assumidamente com intenção penalizadora pois, se lerem bem o artigo que deixo e que saiu no Portal de Saúde, verificarão que, se existir suspeita de fraude ou abuso, o utente pode ficar 2 anos sem acesso a medicamentos comparticipados.Será que é o utente responsável pela fraude ou o abuso?! Não me parece possível.
JOÃO
Medidas que facilitam acesso ao medicamento
Governo aprovou Decreto-Lei com medidas para a racionalização e o aumento da eficiência da política do medicamento.
O Conselho de Ministros aprovou hoje, 16 de Setembro, um Decreto-Lei com medidas para a racionalização e o aumento da eficiência da política do medicamento no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Com este diploma, o Governo procede à segunda alteração da Lei n.º 14/2000, de 8 de Agosto e à terceira alteração do Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de Agosto e alterando o Decreto-Lei n.º 242-B/2006, de 29 de Dezembro e o Decreto-Lei n.º 48-A/2010, de 13 de Maio.
O Decreto-Lei adopta medidas inseridas na política do medicamento e que visam, entre outras, a redução dos preços dos medicamentos para beneficiar todos os utentes, o incentivo da prescrição electrónica, para conceder ao utente maior liberdade de escolha dos medicamentos, e a alteração do regime de comparticipação dos medicamentos, para combater o abuso e a fraude e garantir a sustentabilidade do Sistema Nacional de Saúde e o seu controlo de forma mais eficiente.
Assim, o presente diploma:
- Viabiliza a redução dos preços dos medicamentos em 6%. Esta medida vai beneficiar todos os utentes e permite que os preços dos medicamentos sejam mais justos e equitativos para todos;
- Incentiva a prescrição por via electrónica, estabelecendo-se que, a partir de 1 de Março de 2011, apenas serão comparticipadas receitas prescritas por esta via. Esta medida vai permitir que todo o sistema de medicamentos possa ser gerido com mais eficiência e que tem ainda duas vantagens adicionais. Por um lado, vai permitir que o utente seja informado da existência de um medicamento alternativo mais barato que o prescrito e que pode ser livremente solicitado na farmácia. Por outro, através da criação de grupos de medicamentos que produzem o mesmo efeito terapêutico, que vão ser criados através de protocolos a desenvolver com a comunidade científica e com os médicos, vão ser oferecidas novas possibilidades de escolha aos utentes de medicamentos mais baratos;
- Altera a forma de cálculo do preço de referência dos medicamentos. Para efeitos de comparticipação do Estado, o cálculo do preço de referência dos medicamentos passa a corresponder à média dos cinco medicamentos mais baratos existentes no mercado que integrem cada grupo homogéneo e não, como sucedia até agora, corresponder ao medicamento genérico com o preço de venda ao público mais elevado. Trata-se de uma medida de racionalização e de boa disciplina na gestão dos dinheiros públicos, que permite ao Estado continuar a assegurar elevadas taxas de comparticipação e a continuação do acesso a medicamentos com taxas de comparticipação elevadas;
- Revê o regime de comparticipações especiais dos medicamentos, de forma a introduzir maior rigor e eficácia na atribuição destes benefícios e combater o abuso e a fraude, através de um controlo mais exigente. Verificou-se que a comparticipação a 100% induzia a aumento do consumo e utilização abusiva do estatuto de regime especial, desviando as comparticipações do regime normal para o regime especial e implicando um custo indevido para o SNS e, consequentemente, para todos os contribuintes. Assim, reduz-se o regime especial para 95% e para 90% no escalão A do regime geral. Pretende-se, pois, evitar a fraude e o abuso que, entretanto, foram detectados e direccionar o sistema de comparticipações para quem, efectivamente, necessita.
Para saber, mais, consulte:
Portal do Governo – http://www.governo.gov.pt/
Data de publicação 16.9.2010
Sem comentários:
Enviar um comentário