sexta-feira, 11 de março de 2011

Miguel Portas | Nação à Rasca | ESPERO QUE AS MANIFESTAÇÕES CORRAM MUITO BEM

Mais uma entrevista de Miguel Portas ao programa “Conselho Superior" da Antena 1, em que o Eurodeputado eleito pelo Bloco de Esquerda no Parlamento Europeu, faz o seu comentário semanal sobre a actualidade política.
“Espero que as manifestações corram muito bem, que se possam guardar na memória” diz Miguel Portas de uma forma muito muito eloquente e muito sensata.
Aconselho a veres esta entrevista que é bem esclarecedora deste fenómeno que está a acontecer.
Amanhã vão estar nas manifestações, não só a chamada "Geração à Rasca", mas todas as outras gerações, como a minha, que estão também aflitas e são, também, "Gerações à Rasca". Espero, pois, que os mais velhos estejam ao lado dos mais jovens, que tudo corra bem e que a polícia não se precipite...
JOÃO

Miguel Portas no programa "Conselho Superior"
Antena 1 - 2010/03/11
Nação à rasca


Produzido por The Week, 12/03/2011

Na manifestação de sábado, dia 12, em Lisboa, não vai estar apenas a “geração à rasca”, vão estar também “muitos pais porque verdadeiramente é a nação que está à rasca”, previu o eurodeputado Miguel Portas na sua presença semanal no espaço “Conselho Superior” da Antena Um.

“Quase tudo é novo nesta manifestação”, disse o eurodeputado da Esquerda Unitária (GUE/NGL) eleito pelo Bloco de Esquerda: começou com uma canção e com o refrão dessa canção – “para se ser escravo é preciso estudar” – partiu da iniciativa de quatro jovens através do Facebook e antes de estar nas ruas já é manifestação porque “marca a agenda política do país” e até o recém-empossado Presidente da República “lhe fez quase uma referência explícita”.

Miguel Portas sublinhou que “não é uma manifestação contra a política mas contra as políticas que têm conduzido uma geração à precariedade” e a partir da qual se têm “declinado mentiras sem fim”, uma das quais é que a culpa da situação cabe aos dos pais, “que engordaram à conta do Estado”.

Ora a maioria destes pais, recordou o eurodeputado, não tinham um emprego para a vida “passavam antes a vida à procura de emprego”, não tinham salários “tinham uns subsídios de sobrevivência” e muitos emigraram. Beneficiaram “o mínimo dos mínimos” com o 25 de Abril, conseguiram que seus filhos fosse à universidade mas já não conseguem evitar “que se endividem para estudar e que quase paguem para trabalhar porque os estágios são gratuitos mas custam dinheiro”. Uma das coisas de que os pais podem ser acusados, prosseguiu Miguel Portas, é de não terem conseguido eliminar as desigualdades na sociedade.

Muitos desses país, sublinhou Miguel Portas, vão estar na manifestação de sábado porque verdadeiramente “é a nação que está à rasca” e talvez estejamos a assistir a “uma lenta mas grande passagem da resignação ao inconformismo”. 

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