Capeia Arraiana é um new media on-line do Sabugal e do distrito da Guarda. Move-nos a paixão pela Raia, pelas terras do forcão, pelas serras da Estrela, da Malcata e das Mesas, pelo rio Côa e pelo povo valoroso que luta pelo futuro de uma região que alguns querem condenar ao fracasso. Defendemos as nossas tradições e trabalhamos para que a informação, a opinião e o debate de ideias estejam presentes no quotidiano dos que, como nós, amam as terras beirãs.
Esta crónica, tal como outras crónicas que já li do mesmo autor, está cheia de verdade e sabedoria!
É bom podermos aprender a sermos pessoas melhores e decentes, se já não o formos.
Há lições que a vida ensina e que devemos aprender até morrer.
Eu subscrevo tudo o que o autor escreve.
JOÃO
A iniquidade da carta anónima
A carta e a denúncia anónimas são o rosto dos covardes. Só gente desprezível e repugnante é capaz de recorrer à calúnia para ferir a honra alheia.
Por detrás do anonimato agacha-se aquele que é incapaz de lutar lealmente, dando a cara, antes preferindo fugir às consequências da sua perfídia.
Quem dá a face aceita a responsabilidade pelo que afirma, lutando pela defesa daquilo em que acredita e lealmente protege. Tem a noção da justiça, sabe o que são a moralidade e a honradez. Lutando lealmente acaba aliás por atingir o seu objectivo.
Já o anónimo que joga na insídia acredita na impunidade resultante de estar escondido. Como ninguém o vê, não será identificado nem responsabilizado e pode dizer tudo o que quer sem temer consequências que o afectem. Esquece porém que essa conduta o afunda na escala da moralidade, e essa é a maior das condenações.
Falo assim perante o uso que nos dias de hoje se vem dando à carta anónima. Por essa via malévola, se tem feito mal a muita gente, dando-se azo a notícias e campanhas públicas, quando não a processos e inquéritos, que conduzem à desacreditação das pessoas, que ardem vivas na fogueira na exposição mediática. E isto acontece porque o caluniador tem sempre um cúmplice disposto a dar-lhe ajuda. Esse cúmplice, que é aquele a quem chega a carta anónima, ou que dela vem a ter conhecimento, e decide divulgá-la, merece igual condenação, porque ajuda o covarde a atingir os seus maldosos fins.
Hoje ninguém está a salvo de um ataque do anonimato calunioso. A todo o momento se assiste à conspurcação leviana da honra de muito boa gente, apenas porque alguém o caluniou anonimamente e outro, ou outros, deram crédito a essa forma de agir.
Reafirmo pois que a calúnia feita através do anonimato se tornou numa poderosa arma que a todos pode trucidar, conspurcando-lhe o nome e destruindo-lhe a carreira profissional, a vida familiar e a imagem social.
E porque afirmo eu que a calúnia é um mal actual? Pois por verificar que de há um tempo a esta parte se tornou hábito dar expressão pública, nomeadamente através dos meios de comunicação social, a esse tipo de campanhas, quantas vezes na sequência de processos a que polícias e tribunais deram também crédito.
Pois noutro tempo, quando a moralidade imperava, havia uma recomendação expressa para todos os serviços públicos, que rezava assim:
«1- Não tomar conhecimento de qualquer documento que não venha devidamente assinado pelo autor;
2- Proceder com veemência contra aqueles que vierem a descobrir-se como seus autores, participando os factos ao Ministério Público que analisará a possibilidade de acção criminal por denúncia caluniosa».
Todos sabem que há formas de serem ouvidos nas suas pretensões por modo a fazer prevalecer os princípios da justiça, não sendo aceitável que alguns se sirvam de processos ignóbeis e reveladores de acentuada covardia moral.
«Tornadoiro», crónica de Ventura Reis
Por detrás do anonimato agacha-se aquele que é incapaz de lutar lealmente, dando a cara, antes preferindo fugir às consequências da sua perfídia.
Quem dá a face aceita a responsabilidade pelo que afirma, lutando pela defesa daquilo em que acredita e lealmente protege. Tem a noção da justiça, sabe o que são a moralidade e a honradez. Lutando lealmente acaba aliás por atingir o seu objectivo.
Já o anónimo que joga na insídia acredita na impunidade resultante de estar escondido. Como ninguém o vê, não será identificado nem responsabilizado e pode dizer tudo o que quer sem temer consequências que o afectem. Esquece porém que essa conduta o afunda na escala da moralidade, e essa é a maior das condenações.
Falo assim perante o uso que nos dias de hoje se vem dando à carta anónima. Por essa via malévola, se tem feito mal a muita gente, dando-se azo a notícias e campanhas públicas, quando não a processos e inquéritos, que conduzem à desacreditação das pessoas, que ardem vivas na fogueira na exposição mediática. E isto acontece porque o caluniador tem sempre um cúmplice disposto a dar-lhe ajuda. Esse cúmplice, que é aquele a quem chega a carta anónima, ou que dela vem a ter conhecimento, e decide divulgá-la, merece igual condenação, porque ajuda o covarde a atingir os seus maldosos fins.
Hoje ninguém está a salvo de um ataque do anonimato calunioso. A todo o momento se assiste à conspurcação leviana da honra de muito boa gente, apenas porque alguém o caluniou anonimamente e outro, ou outros, deram crédito a essa forma de agir.
Reafirmo pois que a calúnia feita através do anonimato se tornou numa poderosa arma que a todos pode trucidar, conspurcando-lhe o nome e destruindo-lhe a carreira profissional, a vida familiar e a imagem social.
E porque afirmo eu que a calúnia é um mal actual? Pois por verificar que de há um tempo a esta parte se tornou hábito dar expressão pública, nomeadamente através dos meios de comunicação social, a esse tipo de campanhas, quantas vezes na sequência de processos a que polícias e tribunais deram também crédito.
Pois noutro tempo, quando a moralidade imperava, havia uma recomendação expressa para todos os serviços públicos, que rezava assim:
«1- Não tomar conhecimento de qualquer documento que não venha devidamente assinado pelo autor;
2- Proceder com veemência contra aqueles que vierem a descobrir-se como seus autores, participando os factos ao Ministério Público que analisará a possibilidade de acção criminal por denúncia caluniosa».
Todos sabem que há formas de serem ouvidos nas suas pretensões por modo a fazer prevalecer os princípios da justiça, não sendo aceitável que alguns se sirvam de processos ignóbeis e reveladores de acentuada covardia moral.
«Tornadoiro», crónica de Ventura Reis
Nem saberás quanto a propósito vem para mim este teu post. Os nossos blogs são um dos sítios ideais para anónimos verterem o seu fel...
ResponderEliminarSei do que falo!
Abraço e bom domingo.
Helena,
ResponderEliminarE eu não sei!
E olha que não são só os anónimos que vertem muito do seu fel, pelo menos no caso da política e de se quererem auto-promover, derrubando outros que estão no caminho.
Mas tens toda a razão.
Eu detesto o anonimato. E uma regra aqui era não haver anonimato. Mas como também não ligam muito a este Blog, eu não sou muito atacada.
Mas em Comunidades da MSN que eu tive, no tempo delas, foi muito complicado...
Tive mesmo que impor regras duras. Mas, como a minha primeira Comunidade era um sucesso estrondoso, e como não me conseguiam derrubar, fui vítima de participação à MSN e, como tinha poemas de António Botto e cartas abertas a George W. Bush e muitas páginas contra a Guerra e Invasão do Iraque e afins, a MSN encerrou-me a minha "Travessa de Portugal". Mas eu, depois do choque, abri a "Travessa da Água"...
Não podemos ceder à maldade e inveja. Não é?!
Mas, às vezes, apetece desistir de tudo!
Obrigada por teres vindo!
Abraço amigo da
JOÃO