Não percas, pois, esta entrevista!
JOÃO
Miguel Portas no programa "Conselho Superior"
Antena 1 - 2011/7/15
Imposto extraordinário: Assalto por precaução
O imposto sobre o Natal |
Sexta, 15 Julho 2011 13:02 |
Miguel Portas acusou o governo de “estar a ir ao bolso das pessoas apenas por prudência” porque o anunciado imposto sobre os subsídios de Natal não é, segundo as explicações oficiais, “um imposto para uma situação extraordinária”. Logo, deduz o eurodeputado, “é apenas um imposto recessivo, um imposto que não visa aumentar as receitas do Estado, visa acima de tudo diminuir o poder de compra dos salários e dos pensionistas, porque são apenas os assalariados e os pensionistas que o pagam”.
Na sua crónica semanal no espaço “Conselho Superior” da Antena Um, Miguel Portas desmantelou a tese do que começou por ser um “desvio colossal das contas públicas” como justificação para o imposto para acabar por ser um “pequeno desvio” que, nas palavras do ministro das Finanças, não passa de “um número redondo”. Portanto, insistiu Miguel Portas, “um pequeno desvio para um esforço colossal” dos cidadãos. E, além disso, “um imposto recessivo” que vai atirar a recessão para um decréscimo de 2,3 por cento, mais grave até do que o previsto no memorando da troika.
Além disso, e ao contrário da versão do primeiro ministro, não é um imposto igualitário porque só atinge salários e pensões e não toca nos lucros das empresas, nos dividendos e nos juros decorrentes da aplicação de capital
O eurodeputado do GUE/NGL eleito pelo Bloco de Esquerda desmontou também a tese vigente em Portugal segundo a qual “se cumprirmos a nossa parte os problemas se vão resolver”.
O que existe hoje na Europa, explicou, “é uma imensa cacofonia em que cada dirigente fala para seu lado e porque alguns deles já chegaram à conclusão, difícil de aceitar, de que os problemas de Portugal não só os de Portugal, como os da Grécia não são só da Grécia, os da Irlanda não só os da Irlanda” e o contágio “está a chegar à Itália e a Espanha”.
“O que está verdadeiramente em causa”, disse Miguel Portas, “é o falhanço das políticas de austeridade; a austeridade só aumentou as dívidas sem resolver os problemas dos défices”.
“Os nossos problemas”, concluiu o eurodeputado, “são os do euro e da própria União Europeia e só podem ser resolvidos, com alguma justiça, em escala europeia”.
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