quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Governo e as Privatizações Anunciadas: BPN, EDP e GALP | O Governo (Des)Governa para os Grupos Financeiros...

Quando ouvi esta notícia, num Jornal da Tarde num dos canais de Notícias da TV por Cabo, fiquei de boca aberta durante um bom espaço de tempo. Não conseguia digerir a notícia! Depois questionei-me sobre a razão da minha reacção. Claro que já estavámos todos à espera... Mas alguns de nós nem queríamos acreditar. Talvez o bom senso chegasse ao Governo...! Mas não chegou e este aproveitou o mês de Agosto, a tal "Silly Season", para tomar uma decisão definitiva bem aparvalhada! Mesmo "silly"

Parece que vivemos num país do disparate! Muito triste mesmo! Ficámos sem anéis, ficámos sem dedos e estamos a perder as mãos!!! Os Grupos Financeiros que fiquem com TUDO! Afinal não tem sido para eles que os nossos Governos nos têm (des)governado?!

JOÃO
 Governo avança com reprivatização do BPN

“A reprivatização do BPN pelo valor de 180 milhões significa que o governo do PS decidiu que são os impostos dos portugueses que pagarão as fraudes e as burlas”, diz o deputado do Bloco João Semedo. Governo também anunciou novas fases de privatização da EDP e da Galp.
Artigo | 5 Agosto, 2010 - 16:23

O Governo já gastou 4 mil milhões de euros para salvar o BPN. Foto Inácio Rosa/LUSA. O conselho de Ministros reuniu esta quinta-feira e anunciou que irá vender 95 por cento do Banco Português de Negócios (BPN). Os restantes cinco por cento do capital, segundo decisão do Governo, serão alienados a trabalhadores da instituição financeira.

Os 95 por cento a vender por concurso público a grupos financeiros estão avaliados pelo Estado em 361 milhões de euros (o valor total do BPN era de 380 milhões de euros), tendo em conta o preço nominal das acções (cinco euros). No entanto, foi considerado que esse não era o valor real de mercado, optando assim por aceitar o mínimo de 180 milhões de euros. Abaixo desse valor, o concurso deverá ser anulado.

De acordo com o secretário de Estado do Tesouro, Carlos Costa Pina, que anunciou os moldes da reprivatização do BPN no Conselho de Ministros, haverá uma reestruturação do banco, que levará à constituição de três entidades. Uma ficará responsável pela gestão dos direitos de crédito, outra pela gestão do património imobiliário e a terceira pela gestão das participações societárias. Assim, apenas a pura actividade bancária de retalho do BPN será privatizada.

O deputado do Bloco João Semedo considera que “a reprivatização do BPN pelo valor de 180 milhões significa que o governo do PS decidiu que são os impostos dos portugueses que pagarão as fraudes e burlas cometidas durante anos pela ganância de administradores e accionistas do BPN”, e lembra que estas já custaram ao estado mais de 4 mil milhões de euros, “que nunca irão ser recuperados”.

“Quatro mil milhões de euros é o maior investimento público feito por este governo, um valor equivalente a toda a despesa do SNS durante meio ano de actividade”, acrescenta Semedo, sublinhando também que esta decisão do Conselho de Ministros comprova o que o Bloco já tinha denunciado quando votou contra a nacionalização do BPN: “o governo estava a nacionalizar os prejuízos”.

O Bloco de Esquerda já anunciou que vai pedir a apreciação parlamentar do decreto do Governo sobre a reprivatização do BPN, após a reabertura da Assembleia, em Setembro.

 Governo aprova novas fases de privatização da EDP e da Galp

O Conselho de Ministros aprovou também um decreto-lei que aprova a oitava fase de reprivatização do capital social da EDP, e ainda uma resolução que “fixa as condições concretas da quinta fase do processo de reprivatização da Galp Energia”.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião do Conselho de Ministros, o secretário de Estado Carlos Costa Pina explicou que, em ambos os casos, “trata-se de operações de privatização assentes na emissão de obrigações, convertíveis ou permutáveis depois em acções”.

Segundo o responsável, estas operações “permitirão ao Estado manter a sua posição na empresa durante um período de pelo menos sete anos, reservando com isso os seus direitos enquanto accionista nestas empresas e designadamente o direito aos respectivos dividendos”.

“É uma opção que reforça também a flexibilidade conferida ao Estado na defesa dos seus interesses patrimoniais e financeiros na detenção destas participações”, sublinhou Costa Pina.

João Semedo também comentou o anúncio destas novas fases de privatização das empresas EDP e Galp: “Não podemos deixar de registar a coincidência do mesmo conselho de ministros ter decidido também a privatização de mais uma fatia da GALP e da EDP, empresas cujos lucros não páram de crescer”. “Tudo isto significa que com o governo do PS a carne é para os grandes grupos financeiros e o osso para os cidadãos”, acrescentou ainda.

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