Entretanto resolvi ver o programa da "SIC Notícias" para esta noite, depois da meia-noite. Tenho saudades de ver o "Eixo do Mal"!
Às 00:10 dará uma Reportagem Especial. Cliquei sobre o título do programa e foi parar à reportagem "O meu nome é Portugal". Já tinha passado em Junho p.p.!
Li o artigo e não resisti, com o coração pequenino, a ver o vídeo. Fiquei horrorizada com o que era comum alguns militares trazerem da guerra colonial: mascotes! Crianças - rapazes muito pequenos -, que usavam lá como mascotes e traziam quando regressavam ao continente. Depois não assumiam as responsabilidades dos seus actos.
Fiquei indignada com este caso e, quanto mais eu descubro sobre o que aconteceu durante a ditadura, mais eu me envergonho dessa fase de Portugal.
Não havia necessidade dos militares fazerem acções tão "pequenas"!
Este João Sabadino Portugal foi um caso de um menino furtado à sua família em Moçambique e, uma vez trazido para Portugal, completamente votado ao abandono.
Não me conformo! Aconteceu há muitos anos; mas devia ser tratado como crime!!!
Mas graças à SIC, o João, agora com 47 Anos, voltou para Moçambique e encontrou a sua mãe e irmão.
JOÃO
"O meu nome é Portugal"
João Sabadino Portugal deve o nome às ironias do destino. Foi capturado num sábado, pela tropa portuguesa. Corria 1967, no Norte de Moçambique, a guerra colonial arrastava-se a ferro e fogo. Franzino nos seus cinco anos, passou por baixo das balas dos fuzileiros. Caladas as armas, capturaram-se os vivos. Entre eles, seguia o pequeno. Os militares acharam-lhe graça, tiraram-no da mãe e fizeram-no mascote.
Reportagem Especial | 10-06-2010
O serviço de vídeo SIC é suportado, em parte, por publicidade. Por esse facto, a transmissão dos nossos conteúdos pode ser antecedida ou interrompida por mensagens publicitárias. Contacte: atendimento@sic.pt
Reportagem Especial | 10-06-2010
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Publicação: 08-06-2010 21:19 | Última actualização: 23-06-2010 12:38
"O meu nome é Portugal"
Há vidas que não se explicam. João Sabadino Portugal deve o nome às ironias do destino. Foi capturado num sábado, pela tropa portuguesa. Corria 1967, no Norte de Moçambique, a guerra colonial arrastava-se a ferro e fogo. Franzino nos seus cinco anos, passou por baixo das balas dos fuzileiros. Caladas as armas, capturaram-se os vivos. Entre eles, seguia o pequeno. Os militares acharam-lhe graça, tiraram-no da mãe e fizeram-no mascote.
Reportagem Especial
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Finda a comissão, os fuzileiros trouxeram-no para Lisboa. Desembarcou com a farda portuguesa, as cores nacionais ao peito, apenas sete anos. Mas a paz só trouxe guerra. A adolescência apanhou-o a viver na rua, ao abrigo de carros abandonados, pratos de sopa por misericórdia. Trabalhou nas obras, foi cozinheiro, agarrou todos os biscates. Teve Bilhete de Identidade, quando precisou da segunda via negaram-lha. Nunca mais teve documentos. Viveu sempre ilegal.
Hoje, João Sabadino Portugal é esperança. Tem dois grandes sonhos: conseguir documentos e viajar até Moçambique. O seu caminho tem um único destino: o abraço da mãe. Será que a vida tem final feliz?
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Jornalista: Ana Sofia Fonseca
Repórter de imagem: Paulo Cepa
Edição de Imagem: Luís Gonçalves
Grafismo: Isabel Cruz
Produção: Sónia Ricardo
Pós-Produção Áudio: Edgar Keats
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