Gosto, particularmente, da referência que Louçã faz à greve não ser feriado, mas uma festa. Eu sempre encarei todas as formas de "lutas" como as eleições, manifestações, concentrações, greves e outras, como festas. O simples facto de andar em campanha pelas ruas, fazendo militância, falando com as pessoas, para mim eram momentos bem especiais, de alegria e festa. Tudo aquilo que me move para procurar arranjar soluções para melhorar a vida dos cidadãos, é uma festa. E se for uma acção em conjunto com outros com os mesmos intentos, ainda melhor é a festa.
Todas as minhas "lutas" foram feitas em espírito de festa. Só a alegria de estar em democracia e ser livre para me manifestar é a melhor sensação que eu tenho, pois é um acto de cidadania. É um PRAZER "lutarmos" pelos nossos semelhantes, quando essas lutas não envolvem nem armas, nem dor, nem sangue.
JOÃO
Guia para a greve geral
A greve é por todos e por todas. Se nos calarmos, amanhã será pior. A greve é a nossa resposta.
Opiniao | 22 Novembro, 2010 - 16:23
Por FRANCISCO LOUÇÃ
A greve é por todos e por todas. Se nos calarmos, amanhã será pior. A greve é a nossa resposta.
A greve é para todos e todas. O pré-aviso das duas centrais sindicais permite a qualquer trabalhador em qualquer serviço ou empresa fazer a greve sem retaliações.
A greve é por todos e por todas. Porque o aumento dos impostos bate a todas as portas. Porque o congelamento de pensões afecta os mais pobres. Porque o corte do abono atinge 383 mil famílias. Porque todos conhecemos um familiar ou amigo desempregado. Porque já ouvimos Passos Coelho: "para o ano será pior". Porque já ouvimos Sócrates: este ano já é pior. Porque sabemos de Cavaco Silva: não incomodem os mercados que os mercados tomam conta de nós.
Por isso, a greve é a tua resposta. Se nos calarmos, amanhã será pior. Se não mostrarmos que quem trabalha e produz é que faz mover o país, amanhã a PT continuará a distribuir dividendos para não pagar imposto. Se não defendermos agora os precários e os desempregados, amanhã vão-nos pedir mais cortes de salários para pagarmos o BPN e o BPP. Se não defendermos agora o apoio social contra a pobreza, amanhã vão-nos passar a factura de mais submarinos. A greve é a nossa resposta.
É a resposta dos reformados. Se estás reformado, vai à porta da tua empresa no piquete no dia de greve. Ajuda os teus colegas. Fala com eles. Luta por eles, que eles lutam por ti.
É a resposta dos desempregados. Se estás desempregada, junta-te no centro da cidade às concentrações e actividades do movimentos sindical, para ser ver quantos somos e a nossa determinação.
É a resposta dos estudantes. Se és estudante, apoia a greve dos funcionários e dos professores. Organiza o piquete na tua faculdade e vai às aulas convidar os teus colegas a juntarem-se à greve.
É a resposta da saúde. Se és enfermeira ou médico, explica aos utentes do Serviço de Saúde porque é que estamos a fazer esta greve, por eles. Para combater o aumento do preço dos medicamentos, para defender a saúde para todos.
É a resposta dos autarcas. Se és eleita na tua freguesia ou na assembleia municipal, organiza com o teu grupo municipal o apoio a todos os piquetes na freguesia. Vai para a porta das empresas, grandes e pequenas, fala com os comerciantes e pede-lhes apoio, a luta também é deles, que sabem o que é a crise.
Vem para a rua, vem para a praça. A greve não é um feriado, é uma festa. Em Lisboa no Rossio, no Porto nos Aliados. No centro de Braga ou em Setúbal ou em Coimbra. A greve é de todos.
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Sobre o autor
Francisco Louçã
Deputado, dirigente do Bloco de Esquerda, professor universitário
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