"Tenho muito orgulho em ser um dos construtores da cidadania"
Portugal não precisa mais do mesmo. Precisa de um (re)começo, ou seja, de começar de novo, com novas atitudes, novas expectativas, provas dadas de independência e pensamentos livres, de carácter, de não seguidismo cego, de ética, de palavra com "P", de honestidade sem ter que ter nascido duas vezes...
Quem nos garantirá isso como Presidente de Todos os Portugueses, de facto, será Manuel Alegre.
Leiam o extraordinário artigo de opinião de Jacinto Lucas Pires. Meditem bem nas suas palavras e na sua mensagem.
JOÃO
Jacinto Lucas Pires, no Público
Se queremos um país novo---o0o---
Jacinto Lucas Pires, no Público
Para pôr Portugal no futuro, temos de voltar às ideias que sonham e às palavras que transformam, e fazer da política aquilo que ela é: a viva possibilidade de um sempre-começo.
21 de Dezembro de 2010
Se Portugal é sempre a nossa pergunta, em tempos de crise essa interrogação de todos os dias torna-se ainda mais urgente. O pior que podia acontecer neste momento seria enterrarmos a cabeça na areia e prolongarmos a fase de negação indefinidamente. Portugal não pode ser adiado, o país que queremos para todos não pode ficar para as calendas gregas. Se continuarmos a olhar para o lado, a assobiar o triste faduncho da "continuidade" e da "prudência" - isto é, dos "paninhos quentes" e dos "brandos costumes" -, não chegaremos a lado nenhum. Pior: chegaremos a um Portugal ainda mais desigual e descrente do que este que hoje temos. A grande crise é que o "politicamente correcto" só quer ver a realidade através das manchetes dos défices, dos sustos dos mercados financeiros, dos óculos do FMI. A grande crise é a crise da política.
Se continuamos a olhar para a política como o palco de uns tais "eles" - em vez do lugar de um "nós" onde caibam todos -, não há mudança possível. Sim: seremos cúmplices da crise se, sob as desculpas habituais de "eles são todos iguais", "isto não há volta a dar-lhe", "é só cada um por si", acabarmos por encolher os ombros, ficar em casa, não escolher. Pois, falo das presidenciais que estão aí à porta.
Algumas vozes, sugestionadas porventura pela interpretação "técnica" que Cavaco Silva tem feito do cargo de Presidente, desvalorizam esse lugar-chave do nosso sistema político e tentam diminuir o carácter verdadeiramente decisivo das eleições de Janeiro. Se queremos um país novo, não podemos ir em cantigas dessas. A verdade é que um Presidente pode fazer a diferença - mas um Presidente com ideias e convicções, que represente todos a começar pelos sem-voz. Alguém que tenha a coragem de denunciar os problemas e a coragem de inspirar o país para as boas soluções.
Não precisamos de um Presidente de rígidos silêncios e frases feitas, permanentemente atrás do comboio da realidade. Não queremos um país-tabu onde o subtexto diz "mudemos uns números para que tudo fique na mesma". Precisamos de ter na Presidência alguém capaz de cumprir o papel de moderador e mediador - e isso não se consegue, está visto, com um "falso neutro" barricado entre muros de pensamento mole, apontando para desérticos "consensos". Para cumprir esse papel de equilibrador e inspirador, é necessário que haja na Presidência alguém com ideias claras, alguém que saiba falar com uns e outros, que saiba ouvir uns e outros, alguém capaz de usar palavras que digam e não apenas palavras que falem.
Em Janeiro, a escolha é muito clara. Começamos a mudança ou continuamos de braços cruzados à espera que o céu nos caia na cabeça? Contentamo-nos com a resignação tecnocrática ou votamos numa visão política, positiva, de transformação? Apoio Manuel Alegre porque está na hora de voltar a acreditar na política e na mudança. De voltar a viver a política como um lugar próximo de todos, um lugar de verdade e ideias apaixonadas. Não venceremos nenhuma crise com menos do que isto. Para pôr Portugal no futuro, temos de voltar às ideias que sonham e às palavras que transformam, e fazer da política aquilo que ela é: a viva possibilidade de um sempre-começo.
Jacinto Lucas Pires
Escritor
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