sexta-feira, 27 de maio de 2011

Miguel Portas | Pelo Caminho da Grécia, NÃO | «As Pessoas Devem Pensar Muito Seriamente Sobre o Que Vão Fazer no Dia 5 de Junho»

Uma vez mais uma excelente entrevista de Miguel Portas ao programa “Conselho Superior" da Antena 1, em que o Eurodeputado eleito pelo Bloco de Esquerda no Parlamento Europeu, faz o seu comentário semanal sobre a actualidade política, desta vez fala das pressões da UE e do FMI sobre a Grécia e do inevitável "braço de ferro" da renegociação da dívida.
Miguel Portas acaba alertando: "Os portugueses estão avisados: este filme está escrito; ou seja, por este caminho a fatalidade só se pode repetir (...)". E pede: "(...) as pessoas devem pensar muito seriamente sobre o que vão fazer no dia 5 de Junho".
Não percas esta entrevista!
JOÃO

Miguel Portas no programa "Conselho Superior"
Antena 1 - 2011/05/27
Pelo caminho da Grécia, Não


Carregado por  | em 26 de Mai de 2011

Na fatalidade grega lê-se o futuro próximo de Portugal

Sexta, 27 Maio 2011

Miguel Portas declarou que o filme do que vai acontecer a Portugal dentro de um ano, se continuar a seguir o caminho da Grécia ditado pelo FMI e Bruxelas, já é de tal modo conhecido que os portugueses devem pensar muito bem nas suas próximas escolhas. O que os credores tencionam fazer a Portugal, como estão tentar agora fazer à Grécia, é embolsar o mais possível da dívida antes da inevitável renegociação e “endossar a factura ao povo”.
O eurodeputado do GUE/NGL eleito pelo Bloco de Esquerda fez este alerta durante o espaço semanal no programa Conselho Superior da Antena Um. Miguel Portas anteviu o futuro de Portugal, se seguir o caminho grego, descrevendo o que está a acontecer neste momento em Atenas onde a situação se tornou muito mais grave durante o ano de aplicação do resgate imposto pela troika formada pelo FMI, pela Comissão Europeia e pelo Banco Central Europeu.
Na Grécia existe neste momento “um braço de ferro que é muito importante”, disse Miguel Portas. A troika diz que só libertará uma tranche de 12 mil milhões de euros do resgate acordado se a Grécia aplicar “um plano louco de privatizações no valor de 50 mil milhões de euros – quase dez vezes o valor previsto para Portugal – em que praticamente só faltará privatizar as ilhas e a Acrópole”; a Grécia respondeu, através da ministra das Finanças, de uma forma que Miguel Portas interpretou como “se o dinheiro não vier fechamos a tenda e declaramos a impossibilidade de cumprir as nossas obrigações”.
Isto é, o governo e o Parlamento gregos dizem ao FMI e a Bruxelas que o caminho actual chegou ao fim e que, como é comprovado por bancos e economistas citados pelo eurodeputado, “a única dúvida que agora se põe é “quando vai começar a renegociação da dívida, como se irá fazer e qual será a factura”. As mesmas fontes citadas acrescentam que “aumentar os prazos de reembolso e diminuir os juros já não chega”.
Então, explicou Miguel Portas, “o que Bruxelas e o FMI estão a fazer à Grécia e querem fazer a Portugal é ganhar tempo para permitir aos bancos alemães e aos credores reembolsarem tudo o que possam aos juros do mercado antes de se declarar a reestruturação da dívida; basicamente, o que estão a fazer é endossar a factura ao povo”.
Olhando o que se passa na Grécia, acrescentou o eurodeputado, “os portugueses estão avisados: este filme está escrito; por este caminho, a fatalidade só pode repetir-se.


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