Sensacional e esclarecedor o discurso e Francisco Louçã que deixou bem claro que o Bloco de Esquerda quer governar, quer unidade com as forças à esquerda com as pessoas identificadas com políticas sociais e de esquerda e que é um partido com alternativas ao acordo com o FMI/troika.
Cabe a todos nós escolhermos o melhor para Portugal. E o melhor é um governo de unidade de esquerda, verdadeiramente socialista, verdadeiramente apostado na defesa de um estado social.BASTA DESTA POLÍTICA DE ATAQUE AO ESTADO SOCIAL!Votemos todos no Bloco de Esquerda! O Bloco de esquerda tem as receitas certas para a doenças de que Portugal enferma: corrupção, preocupação na defesa dos mercados e no grande capital, injustiça social, abusos de poder...
O Presidente da Repúblico não pode decidir o futuro governo. Nós é que decidimos!
E as sondagens não têm nenhum significado. Nós é que fazemos os resultados no dia 5 de Junho!
JOÃO
“Se gostaste do 12 de Março, faz o teu 5 de Junho”
No discurso de encerramento da VII Convenção do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã faz apelo directo aos eleitores do PS, do PSD e do CDS, e em especial aos jovens, e sublinha que só um governo de esquerda pode defender o emprego e derrotar a bancarrota.
Francisco Louçã começou por afirmar que o Bloco de Esquerda sai desta convenção mais organizado, mais determinado, com mais clareza e propostas. E sobretudo com mais garra, que “vamos buscar aos movimentos sociais”, destacando mais uma vez a manifestação da “geração à rasca”, de 12 de Março.
O coordenador do Bloco reafirmou que a escolha, na democracia, não é na reunião do Ecofin da semana que vem, não é Barroso nem Strauss-Khan que a vão fazer, mas sim as eleições de 5 de Junho. “Repitam todos os dias: quem decide somos nós!”O objectivo do Bloco nestas eleições, assumiu Louçã, é eleger mais deputados que os 16 eleitos nas últimas eleições. O coordenador do Bloco adiantou as prioridades do programa eleitoral que será levado a público agora que a convenção terminou. A primeira será a criação de emprego, a que se seguirão a reforma fiscal, a soberania agro-alimentar, a luta contra a corrupção, a defesa dos Serviços Públicos e particularmente do SNS, e com um destaque especial à defesa da banca pública. Sobre esta, Louçã recordou que José Sócrates defende a privatização dos seguros da Caixa Geral de Depósitos, e Pedro Passos Coelho a privatização parcial do banco público. “A diferença é que um privatiza 1/3 e o outro metade da CGD”, apontou.
Um que um governo de esquerda irá fazer, em contrapartida, é desenvolver a banca pública, garantiu.
Sobre o Serviço Nacional de Saúde, Louçã apontou a contradição de José Sócrates, que diz defendê-lo mas está a tirar cerca de 300 euros a cada contribuinte em cortes de gastos com o SNS, em redução de comparticipações, etc. “Sócrates diz o que não faz e faz o que não diz”, ironizou Louçã.
O mesmo acontece com a garantia de Sócrates de que não haverá cortes de subsídios de férias e de Natal. É que com o congelamento de pensões e salários e o aumento da inflação e da carga fiscal, as pessoas vão perder os dois subsídios de forma indirecta, garantiu Louçã, apresentando detalhadamente as contas.
O coordenador do Bloco recordou que a Irlanda, que assinou o acordo com o FMI e UE, já está a renegociar os juros. E que a Grécia, um ano depois da assinatura de acordo semelhante, está com juros de 24%, a dívida está maior e o défice é de 10%.
Citando António Nogueira Leite, Louçã mostrou que até a direita reconhece que os pobres vão ficar mais pobres com o acordo. Nogueira Leite disse há pouco tempo que “o primeiro acordo de Portugal com o FMI, há 28 anos, significou uma brutal transferência do factor trabalho para o factor capital”.
Louçã terminou com apelos aos eleitores do PS, e até do PSD e do CDS, e um apelo em especial aos jovens: “Se gostaste do 12 de Março, faz o teu 5 de Junho”, em mais um apelo aos participantes da manifestação da “geração à rasca”.
E terminou regatando a ideia da “esquerda grande” e defendendo a necessidade de um novo 25 de Abril.
Sessão de encerramento da VII Convenção do Bloco Esquerda
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