quarta-feira, 27 de abril de 2011

António Arnaut: Utentes Têm de Estar "Vigilantes" às "Ciladas" Que Podem Ameaçar o Serviço Nacional de Saúde | Esquerda.Net

António Arnault, o "pai" do Serviço Nacional de Saúde, teme pelo que estão a fazer à sua "criação" e o que farão ainda...
Também eu! E todos nós temos que não votar na direita se não queremos que o SNS fique completamente desmantelado. É uma das grandes conquistas do 25 de Abril. Não podemos deixar que nos roubem, também isso!
Temos, mesmo, que ficar atentos e exigentes...
JOÃO

António Arnaut: Utentes têm de estar "vigilantes" às "ciladas" que podem ameaçar SNS

Os utentes da saúde em Portugal têm de estar vigilantes para as "ciladas" que a crise pode provocar ao Serviço Nacional de Saúde, que deve ser "intocável" quanto aos cortes impostos pela ajuda externa, defendeu o seu fundador, António Arnaut.
Os responsáveis pela ajuda externa "não podem impor condições que nos levem a nossa dignidade e soberania", defendeu Arnaut, argumentando que o Estado português deve proteger os sectores a serem cortados.
 
Em declarações à Lusa a propósito do Dia Nacional do Utente de Saúde, que se assinala terça-feira, Arntónio Arnaut afirmou esperar que "haja o bom senso de o Serviço Nacional de Saúde (SNS) ficar intocável nas medidas que vão ser tomadas".
 
Os responsáveis pela ajuda externa "não podem impor condições que nos levem a nossa dignidade e soberania", defendeu, argumentando que o Estado português deve proteger os sectores a serem cortados.
 
"Há muito por onde cortar", alertou, exemplificando com "as despesas desnecessárias, as mordomias dadas aos gestores públicos, os salários e reformas indecorosas", mesmo dentro do próprio SNS, sem que seja posta em causa a sua qualidade.
 
António Arnaut, arquitecto da lei do SNS e fundador do Partido Socialista, afirmou que "os cidadãos portugueses, como potenciais utentes, devem exigir que o SNS seja "objecto de uma gestão rigorosa, de garantias de melhor qualidade e acesso mais rápido".
 
Os utentes do SNS beneficiam de "uma das grandes conquistas do 25 de Abril, que tem contribuído de forma notável para a justiça e coesão social" e cabe-lhes não só o direito a usufruir de uma saúde universal e tendencialmente gratuita como o dever de a defender. Da intervenção em partidos políticos às associações de utentes, a luta por serviços públicos melhores é "um dever de cidadania", salientou.
 
“O sector da saúde é apetecível para os privados”
 
O sector da saúde é apetecível para os privados e "tem que haver alguma intervenção do Estado no sentido de moralizar o sector privado, porque não pode ser parasitário do sector público", advogou.
 
"O sector privado tem aproveitado todas as dificuldades do SNS, umas naturais outras artificias, algumas até ciladas que prega ao Serviço Nacional de Saúde, como as parcerias público-privadas, que são tentativas de privatização parcial e a empresarialização", indicou António Arnaut.
 
Perigoso é também quando os partidos defendem eles próprios "alterações da lei e da própria Constituição" que visam mudar a natureza da saúde pública, frisou, referindo-se à proposta de alteração constitucional do PSD.
 
Tornar o acesso aos cuidados de saúde "não tendencialmente gratuito mas pago em conformidade com a situação económica dos utentes" é uma solução "injusta e perigosa", afirmou António Arnaut.
 
O histórico socialista referiu que os que ganham mais já pagaram os seus impostos e não podem pagar duas vezes, assinalando também que ricos e pobres não podem ser distinguidos nos cuidados de saúde que recebem, o que seria "humilhante". Com o fim de um Serviço Nacional de Saúde universal e gratuito, a classe média seria levada a fazer seguros de saúde para se precaver da doença e iria recorrer aos privados, deixando o SNS como um sistema de cuidados "residual para os pobres".
 
"Imagine-se o que seria o nosso país, com as dificuldades que temos e com dois milhões de pobres, sem ter um Serviço Nacional de Saúde como o nosso", salientou.
 
Termos relacionados:

Sem comentários:

Enviar um comentário