Mariana Aiveca, Bloco de Esquerda de Setúbal
A nossa meta será elegermos o 3º deputado
A nossa meta será elegermos o 3º deputado
. Governo é culpado das eleições antecipadas
. Prioridade do Distrito é o problema do emprego
“O Bloco de Esquerda não tem nenhuma razão para não ter confiança nestas próximas eleições. Em 2009 ficámos muito próximos de eleger o 3º deputado.
Eu creio, que, neste momento, a nossa meta será elegermos o 3º deputado, que é o António Chora.” – sublinhou Mariana Aiveca, deputada do Bloco de Esquerda e cabeça de lista pelo Círculo Eleitoral de Setúbal nas próximas eleições legislativas.
. Prioridade do Distrito é o problema do emprego
“O Bloco de Esquerda não tem nenhuma razão para não ter confiança nestas próximas eleições. Em 2009 ficámos muito próximos de eleger o 3º deputado.
Eu creio, que, neste momento, a nossa meta será elegermos o 3º deputado, que é o António Chora.” – sublinhou Mariana Aiveca, deputada do Bloco de Esquerda e cabeça de lista pelo Círculo Eleitoral de Setúbal nas próximas eleições legislativas.
Num almoço no Restaurante Emporio do Paladar, conversámos com Mariana Aiveca, cabeça de Lista do Bloco de Esquerda, nas próximas eleições legislativas, procurámos conhecer a mulher, a sua leitura da vida politica actual, e, as metas que coloca nas próximas eleições.
Do Alentejo para a região do Barreiro
Mariana Aiveca, é natural de Penedo Gordo, concelho de Beja, onde nasceu em 1954. Neta de trabalhadores rurais, filha de Operários.
A falta de trabalho no Alentejo, levou seus pais na procura de melhores condições de vida, partindo do Alentejo para a região do Barreiro.
Em 1957, veio viver para a Baixa da Banheira, ano em que seu pai ingressou na CUF.
Frequentou o Ensino Primário em Alhos Vedros, concluindo o Ensino Secundário na Escola Alfredo da Silva, no Barreiro.
Nós éramos estudantes filhos de Operários
Mariana Aiveca, recorda que viveu em Alhos Vedros – no Bairro Brejos Faria - até aos 21 anos, sublinhando – “muito do que eu sou hoje, desde muito cedo, devo-o às lutas que nesta zona se travaram, assisti às suas lutas para terem direito a uma habitação legal”.
Sublinha que, na Escola Alfredo da Silva, viveu com intensidade as muitas lutas dos operários da CUF.
“Nós éramos estudantes filhos de Operários” – refere.
As lutas contra a Guerra Colonial
Por outro lado, salienta que, desde muito cedo, esteve presente em lutas concretas, nomeadamente, as lutas contra a Guerra Colonial.
“Eu via os meus amigos, os meus familiares e todos os rapazes, sentirem sobre a sua cabeça essa espada, desejando quase não fazer anos, porque sabiam que o destino era irem para a Guerra Colonial” – sublinha.
Mariana Aieveca recorda as lutas que se travavam na clandestinidade e as acções que eram dinamizadas em muitas colectividades.
Uma terra fustigada por prisões
“Ouvi Zeca Afonso, pela primeira vez, na Academia. O próprio Padre de Alhos Vedros – o Padre Carlos - na época, tinha um trabalho com a juventude. Quando o Padre Carlos chegou eu, que andava na 4ª Classe, baptizei-me, por minha auto-opção”- recorda.
Acrescenta – “hoje não sou Católica, nem crente, completamente descrente”.
Mariana Aiveca fala da sua juventude, sente-se, com emoção, recorda que Alhos Vedros, era uma terra – “fustigada com prisões, ali eram feitas muitas intervenções da PIDE”.
As minhas referências foram sempre para linhas de pensamento
Recorda Leonel Coelho, uma figura de referência da Academia de Alhos Vedros – “eu nunca tive muitas referências pessoais, porque as minhas referências foram sempre para linhas de pensamento. As pessoas eram importantes, porque eram companheiros, mas nunca me prendi a figuras míticas. Prendia-me mais a cantores, às mensagens de cantores, Zeca Afonso, Fanhais, Adriano, José Mário Branco”.
Refere que despertou para a vida política por volta dos seus 14 anos, na Escola Alfredo da Silva.
“Foi numa acção de grande contestação à Guerra Colonial. Comecei a ler e a interrogar-me porquê portugueses tinham que ir oprimir os povos de um território que não era português. Essa foi a questão que me fez despertar.” – recorda.
Queimar documentos da resistência
E, perguntámos: Onde estava no 25 de Abril?
“Eu, no 25 de Abril estava a trabalhar. Foi um dia fantástico. Saí de casa sem saber a natureza do golpe. Fui para Setúbal, onde trabalhava na Segurança Social.
Foi um dia com um inicio dramático, porque, não sabendo a natureza do golpe, ás 8 horas da manhã, estava numa Secção da Segurança Social a queimar papeis clandestinos que tinha na minha secretária. Depois, deu-me uma grande fúria, quando senti que tinha queimado documentos da história da resistência” – refere.
Actividade ligada ao Movimento Sindical
Na altura, em 25 de Abril, a sua actividade política era num grupo Marxista-Leninista – ORPC-ML.
Mariana Aiveca integrou o núcleo fundador da UDP – União Democrática Popular, no ano de 1974. Também integrou o PCP ( R) – Partido Comunista Português ( Reconstruído).
“Neste período fiz parte da primeira Comissão Instaladora da Comissão de Trabalhadores da Caixa de Previdência, nos dias logo a seguir ao 25 de Abril. Os primeiros dias após o 25 de Abril foram muito alucinantes” – recorda.
Refere que integrou o 1º Comité de Luta de Setúbal, da Comissão de Moradores das Amoreiras, em Setúbal – “foram momentos vividos com muita força na cidade de Setúbal, onde me liguei de alma e coração”.
Manteve uma actividade ligada durante anos ao Movimento Sindical participando no Sindicato da Função Pública e integrou o Conselho Nacional da CGTP/IN, órgão que ainda integra.
Cabeça de Lista no Distrito de Setúbal
No seu percurso político Mariana Aiveca integra, também, a primeira Comissão criada para fundação do Bloco de Esquerda.
No ano 2005 foi eleita deputada pelo Bloco de Esquerda, no Círculo Eleitoral de Setúbal, ocupando o 2º lugar na lista que era liderada por Fernando Rosas.
Fernando Rosas que optou por se dedicar à vida académica, abandonou o Parlamento «reservando», agora, a liderança da lista do Bloco de Esquerda, nas próximas eleições legislativas a Mariana Aiveca.
“É uma grande responsabilidade ser cabeça de lista no Distrito de Setúbal, que, sinto como mais uma tarefa, a qual, acho, tenho condições para cumprir” – refere a candidata do Bloco de Esquerda.
Governo é culpado das eleições antecipadas
“O culpado de haver eleições antecipadas é o Governo que traçou o seu próprio caminho.
Era absolutamente insustentável manter-se este Governo em funções, dizendo uma coisa e fazendo outra, mas, fundamentalmente fazendo politicas e governando de acordo com o PSD. Foi um Governo que aplicou três PEC’s, um Orçamento de Estado repressivo, sempre com a conivência e a cobertura completa do PSD.
Portanto, era impossível que outro PEC viesse, mantendo o Governo sempre a mesma linha de atacar as pessoas mais frágeis. Não tomando medidas fundamentais para que não entrássemos nesta crise” – sublinhou Mariana Aiveca.
FMI não era inevitável
Comentando a vinda do FMI, referiu que “o FMI não era inevitável. Era possível ter evitado este caminho”.
A deputada considera que “temos que discutir a divida pública”, que, disse - “não é só pública” - pois, temos que saber quanto é, de quem é – “é essencial a clarificação da divida”.
Por essa razão, refere, o Bloco de Esquerda exige que seja feita uma auditoria à divida.
“Temos que ter uma politica nova de tributação” – defendeu, como medida essencial.
Prioridade do Distrito é o problema do emprego
No Distrito de Setúbal considera que a primeira prioridade a resolver – “é o problema do emprego”.
“Este Distrito tem sido sempre fustigado com o desemprego” – refere, sublinhando que somos um distrito com uma população “muito qualificada, quer academicamente, quer profissionalmente”.
Um tempo em que as dificuldades são muitas
“Nós vivemos um tempo em que as dificuldades são muitas. As pessoas estão concentradas numa situação que dá origem que exista um certo medo.
Porque, aquilo que têm vindo a apresentar é que: ou é o FMI, ou o caos; cortam os apoios sociais; aumentam impostos; cortes salariais; fazer despedimentos; alterar as leis do trabalho. Tem apresentado tudo isto como uma inevitabilidade, portanto, é natural, que os eleitores estejam perfeitamente amedrontados.
É preciso descomprimir essa situação, dizendo com muita clareza que nada disto era inevitável” – refere a cabeça de lista do BE, no Distrito de Setúbal
Elegermos o 3º deputado o António Chora
“O Bloco de Esquerda não tem nenhuma razão para não ter confiança nestas próximas eleições.
Em 2009 ficámos muito próximos de eleger o 3º deputado.
Eu creio, que, neste momento, a nossa meta será elegermos o 3º deputado, que é o António Chora.
Tenho a maior confiança. Neste distrito com tantas tradições de lutas, com certeza que as pessoas saberão fazer a diferença, e ver quem são aqueles que têm politicas que nos levam à recessão e à bancarrota, e, quem são aqueles que têm alternativas para um Distrito melhor e um Governo de Esquerda”.
S.P.
Do Alentejo para a região do Barreiro
Mariana Aiveca, é natural de Penedo Gordo, concelho de Beja, onde nasceu em 1954. Neta de trabalhadores rurais, filha de Operários.
A falta de trabalho no Alentejo, levou seus pais na procura de melhores condições de vida, partindo do Alentejo para a região do Barreiro.
Em 1957, veio viver para a Baixa da Banheira, ano em que seu pai ingressou na CUF.
Frequentou o Ensino Primário em Alhos Vedros, concluindo o Ensino Secundário na Escola Alfredo da Silva, no Barreiro.
Nós éramos estudantes filhos de Operários
Mariana Aiveca, recorda que viveu em Alhos Vedros – no Bairro Brejos Faria - até aos 21 anos, sublinhando – “muito do que eu sou hoje, desde muito cedo, devo-o às lutas que nesta zona se travaram, assisti às suas lutas para terem direito a uma habitação legal”.
Sublinha que, na Escola Alfredo da Silva, viveu com intensidade as muitas lutas dos operários da CUF.
“Nós éramos estudantes filhos de Operários” – refere.
As lutas contra a Guerra Colonial
Por outro lado, salienta que, desde muito cedo, esteve presente em lutas concretas, nomeadamente, as lutas contra a Guerra Colonial.
“Eu via os meus amigos, os meus familiares e todos os rapazes, sentirem sobre a sua cabeça essa espada, desejando quase não fazer anos, porque sabiam que o destino era irem para a Guerra Colonial” – sublinha.
Mariana Aieveca recorda as lutas que se travavam na clandestinidade e as acções que eram dinamizadas em muitas colectividades.
Uma terra fustigada por prisões
“Ouvi Zeca Afonso, pela primeira vez, na Academia. O próprio Padre de Alhos Vedros – o Padre Carlos - na época, tinha um trabalho com a juventude. Quando o Padre Carlos chegou eu, que andava na 4ª Classe, baptizei-me, por minha auto-opção”- recorda.
Acrescenta – “hoje não sou Católica, nem crente, completamente descrente”.
Mariana Aiveca fala da sua juventude, sente-se, com emoção, recorda que Alhos Vedros, era uma terra – “fustigada com prisões, ali eram feitas muitas intervenções da PIDE”.
As minhas referências foram sempre para linhas de pensamento
Recorda Leonel Coelho, uma figura de referência da Academia de Alhos Vedros – “eu nunca tive muitas referências pessoais, porque as minhas referências foram sempre para linhas de pensamento. As pessoas eram importantes, porque eram companheiros, mas nunca me prendi a figuras míticas. Prendia-me mais a cantores, às mensagens de cantores, Zeca Afonso, Fanhais, Adriano, José Mário Branco”.
Refere que despertou para a vida política por volta dos seus 14 anos, na Escola Alfredo da Silva.
“Foi numa acção de grande contestação à Guerra Colonial. Comecei a ler e a interrogar-me porquê portugueses tinham que ir oprimir os povos de um território que não era português. Essa foi a questão que me fez despertar.” – recorda.
Queimar documentos da resistência
E, perguntámos: Onde estava no 25 de Abril?
“Eu, no 25 de Abril estava a trabalhar. Foi um dia fantástico. Saí de casa sem saber a natureza do golpe. Fui para Setúbal, onde trabalhava na Segurança Social.
Foi um dia com um inicio dramático, porque, não sabendo a natureza do golpe, ás 8 horas da manhã, estava numa Secção da Segurança Social a queimar papeis clandestinos que tinha na minha secretária. Depois, deu-me uma grande fúria, quando senti que tinha queimado documentos da história da resistência” – refere.
Actividade ligada ao Movimento Sindical
Na altura, em 25 de Abril, a sua actividade política era num grupo Marxista-Leninista – ORPC-ML.
Mariana Aiveca integrou o núcleo fundador da UDP – União Democrática Popular, no ano de 1974. Também integrou o PCP ( R) – Partido Comunista Português ( Reconstruído).
“Neste período fiz parte da primeira Comissão Instaladora da Comissão de Trabalhadores da Caixa de Previdência, nos dias logo a seguir ao 25 de Abril. Os primeiros dias após o 25 de Abril foram muito alucinantes” – recorda.
Refere que integrou o 1º Comité de Luta de Setúbal, da Comissão de Moradores das Amoreiras, em Setúbal – “foram momentos vividos com muita força na cidade de Setúbal, onde me liguei de alma e coração”.
Manteve uma actividade ligada durante anos ao Movimento Sindical participando no Sindicato da Função Pública e integrou o Conselho Nacional da CGTP/IN, órgão que ainda integra.
Cabeça de Lista no Distrito de Setúbal
No seu percurso político Mariana Aiveca integra, também, a primeira Comissão criada para fundação do Bloco de Esquerda.
No ano 2005 foi eleita deputada pelo Bloco de Esquerda, no Círculo Eleitoral de Setúbal, ocupando o 2º lugar na lista que era liderada por Fernando Rosas.
Fernando Rosas que optou por se dedicar à vida académica, abandonou o Parlamento «reservando», agora, a liderança da lista do Bloco de Esquerda, nas próximas eleições legislativas a Mariana Aiveca.
“É uma grande responsabilidade ser cabeça de lista no Distrito de Setúbal, que, sinto como mais uma tarefa, a qual, acho, tenho condições para cumprir” – refere a candidata do Bloco de Esquerda.
Governo é culpado das eleições antecipadas
“O culpado de haver eleições antecipadas é o Governo que traçou o seu próprio caminho.
Era absolutamente insustentável manter-se este Governo em funções, dizendo uma coisa e fazendo outra, mas, fundamentalmente fazendo politicas e governando de acordo com o PSD. Foi um Governo que aplicou três PEC’s, um Orçamento de Estado repressivo, sempre com a conivência e a cobertura completa do PSD.
Portanto, era impossível que outro PEC viesse, mantendo o Governo sempre a mesma linha de atacar as pessoas mais frágeis. Não tomando medidas fundamentais para que não entrássemos nesta crise” – sublinhou Mariana Aiveca.
FMI não era inevitável
Comentando a vinda do FMI, referiu que “o FMI não era inevitável. Era possível ter evitado este caminho”.
A deputada considera que “temos que discutir a divida pública”, que, disse - “não é só pública” - pois, temos que saber quanto é, de quem é – “é essencial a clarificação da divida”.
Por essa razão, refere, o Bloco de Esquerda exige que seja feita uma auditoria à divida.
“Temos que ter uma politica nova de tributação” – defendeu, como medida essencial.
Prioridade do Distrito é o problema do emprego
No Distrito de Setúbal considera que a primeira prioridade a resolver – “é o problema do emprego”.
“Este Distrito tem sido sempre fustigado com o desemprego” – refere, sublinhando que somos um distrito com uma população “muito qualificada, quer academicamente, quer profissionalmente”.
Um tempo em que as dificuldades são muitas
“Nós vivemos um tempo em que as dificuldades são muitas. As pessoas estão concentradas numa situação que dá origem que exista um certo medo.
Porque, aquilo que têm vindo a apresentar é que: ou é o FMI, ou o caos; cortam os apoios sociais; aumentam impostos; cortes salariais; fazer despedimentos; alterar as leis do trabalho. Tem apresentado tudo isto como uma inevitabilidade, portanto, é natural, que os eleitores estejam perfeitamente amedrontados.
É preciso descomprimir essa situação, dizendo com muita clareza que nada disto era inevitável” – refere a cabeça de lista do BE, no Distrito de Setúbal
Elegermos o 3º deputado o António Chora
“O Bloco de Esquerda não tem nenhuma razão para não ter confiança nestas próximas eleições.
Em 2009 ficámos muito próximos de eleger o 3º deputado.
Eu creio, que, neste momento, a nossa meta será elegermos o 3º deputado, que é o António Chora.
Tenho a maior confiança. Neste distrito com tantas tradições de lutas, com certeza que as pessoas saberão fazer a diferença, e ver quem são aqueles que têm politicas que nos levam à recessão e à bancarrota, e, quem são aqueles que têm alternativas para um Distrito melhor e um Governo de Esquerda”.
S.P.
Sem comentários:
Enviar um comentário