segunda-feira, 18 de abril de 2011

Manuel Catarino: A Missão de Nobre | Correio da Manhã


Ontem Fernando Nobre deu uma entrevista à RTP1. Para "emendar a mão" já que o tiro no pé que Passos Coelho a si mesmo está a sangrar bastante.
Fernando Nobre não convenceu! Desde a sua candidatura nas eleições presidenciais que não me convence. Mas ontem penso que o "emendar a mão" lhe saiu bastante mal. Será que ele pensa que todos nós somos parvos?!
Não conhece o programa do PSD, não conhecia Passos Coelho. Mas, quando o conheceu, acreditou nele e, por isso, decidiu aceitar a proposta dele...! Santa ingenuidade!!!
Eu sei que Passos Coelho é um encantador de mulheres... Mas que tinha encantando, tanto, Fernando Nobre!... Santa paciência!
Deixo um artigo do subdirector do Correio da Manhã, Manuel Catarino, que "assino" por baixo.
JOÃO
Dia a dia
A missão de Nobre

As criaturas políticas – criaturas no sentido em que têm um criador – acabam, mais tarde ou mais cedo, por se revelar. Fernando Nobre revelou-se à primeira oportunidade.
Por: Manuel Catarino, Subdirector

Não sei se foi criado por Soares para evitar a eleição de Alegre. Mas é evidente que alguém o convenceu sem grande dificuldade a aceitar a missão. Nobre apresentou-se na campanha para as presidenciais como o mais néscio dos demagogos sem uma única ideia para a função e muito menos para o País: diabolizou os partidos e insultou os políticos – foi o que fez. Falhada a eleição para Belém, aceitou ser candidato a São Bento.

O primeiro lugar na lista de candidatos do PSD pelo círculo de Lisboa garante-lhe um lugar no hemiciclo. Nobre, porém, quer mais. Não lhe chega ser deputado. Pretende ser a segunda figura na hierarquia do Estado. Não faz a coisa por menos.

Coisa nunca vista em quase 40 anos de eleições legislativas, não se candidata a deputado – mas a presidente da Assembleia da República. Depois de eleito, abandonará a bancada se não fizerem dele presidente. Na sua maneira muito própria de ver as coisas, a Assembleia da República não o merece. Só para presidente – cargo, obviamente, para o qual se sente especialmente talhado, como se aquilo fosse uma assembleia geral da AMI. A explicação de Fernando Nobre para esta extravagância saiu-lhe, como seria de esperar, num emaranhado de banalidades. Nem ele, na maior parte das vezes, se entende a si próprio.

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