Fica mais um artigo de opinião, desta vez do Membro da Coordenadora Concelhia de Almada do Bloco de Esquerda, Henrique Pires, que foi publicado no Notícias de Almada desta Sexta-Feira.
Aconselho-te a ler!
JOÃO
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O FMI e a resposta à crise
Ainda há bem pouco tempo José Sócrates afirmava que não governaria com o FMI. Entretanto, o PEC IV, discutido em Bruxelas com a chanceler alemã, é chumbado na Assembleia da República. Como consequência, o governo pede demissão e Sócrates vitimiza-se. Já com a AR dissolvida, as agências de notação baixam drasticamente o rating da República e dos maiores bancos portugueses. Em seguida, os donos do capital (leia-se “banqueiros”) reúnem-se com o Banco de Portugal e ameaçam que não financiarão mais o estado português. Sem liquidez e os ratings na categoria de quase lixo, o governo cede e decide pedir ajuda externa de acordo com a vontade dos nossos banqueiros.
O termo “ajuda” é um eufemismo, porque, na verdade, o FMI não ajuda ninguém As políticas do FMI (que, no essencial, são também as do FEEF, e ao qual está associado) servem fundamentalmente para garantir aos credores o pagamento das dívidas. São políticas recessivas que não permitem o crescimento económico e criação de emprego. Este PEC IV (base de negociação para a dita “ajuda externa”), aumenta impostos, congela pensões, promove despedimentos (de preferência baratos), indicia o corte do 13º mês, exige um “ambicioso” pacote de privatizações, e quase que liquida o apoio aos desempregados.
Metade ou mais de metade do montante que Portugal pedirá ao FEEF será para pagar a dívida que vence entre 2011 e 2013. O restante poderá ser para refinanciar empresas públicas deficitárias (como a REFER ou a Transtejo) ou tapar o buraco do BPN (prejuízos que o governo nacionalizou). E, tudo isto, sem contar que o objectivo do défice se mantém inalterado (4,6% em 2011, 3% em 2012, 2% em 2013).
O termo “ajuda” é um eufemismo, porque, na verdade, o FMI não ajuda ninguém As políticas do FMI (que, no essencial, são também as do FEEF, e ao qual está associado) servem fundamentalmente para garantir aos credores o pagamento das dívidas. São políticas recessivas que não permitem o crescimento económico e criação de emprego. Este PEC IV (base de negociação para a dita “ajuda externa”), aumenta impostos, congela pensões, promove despedimentos (de preferência baratos), indicia o corte do 13º mês, exige um “ambicioso” pacote de privatizações, e quase que liquida o apoio aos desempregados.
Metade ou mais de metade do montante que Portugal pedirá ao FEEF será para pagar a dívida que vence entre 2011 e 2013. O restante poderá ser para refinanciar empresas públicas deficitárias (como a REFER ou a Transtejo) ou tapar o buraco do BPN (prejuízos que o governo nacionalizou). E, tudo isto, sem contar que o objectivo do défice se mantém inalterado (4,6% em 2011, 3% em 2012, 2% em 2013).
O programa de ajustamento económico que nos será imposto não irá resolver a crise. Antes, pelo contrário, agrava-la-á, como bem demonstram as experiências grega e irlandesa. Como alternativa ao pedido de ajuda, a solução passaria por reestruturar a dívida, os prazos e as suas condições. Mas para que esta reestruturação seja justa seria necessário recusar o pagamento de parcelas inaceitáveis, como sejam os juros excessivos, induzidos pela própria actividade dos especuladores e agências de rating.
Uma reestruturação séria da divida pública exige um forte poder negocial que só um governo de esquerda estaria em condições de o fazer. O governo PS já demonstrou que não é capaz de o fazer, apesar de toda a sua retórica de resistência ao FMI. Por outro lado, o PSD quer chegar ao poder para executar uma política liberal, mas escudado atrás de uma autoridade externa, procurando assim disfarçar as consequências sociais de uma severa política de austeridade. Aliás, a razão pela qual o PSD chumbou o PEC IV, é que este não ia “suficientemente longe”.
Na forja, e ainda no segredo dos deuses, preparam-se novas medidas de austeridade. Não para os donos do capital, que continuam a lucrar com a crise, mas sim para os trabalhadores a quem cabe pagar todo o desvario económico em que foram metidos.
Urge que a situação económica em que nos encontramos não seja vista como uma inevitabilidade, mas como uma jogada do capital, que é preciso combater. Cabe pois, à esquerda, dar uma resposta política, demonstrar que há dinheiro neste país, onde está, e quem é o seu detentor.
Henrique Pires
Membro da Coordenadora Concelhia Almada do BE
11 Abril 2011
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