domingo, 23 de maio de 2010

Com a Crise "Milhares de Pessoas Optam por Tratar os Dentes nas Faculdades" de Medicina Dentária

A Crise faz destas coisas. Torna as pessoas mais atentas a outras vias para assegurarem a sua saúde dentária.
Confesso que nunca pensei nisto. Mas eu acho que ainda tenho Consultas de Medicina Dentárias pela ADSE! Não sei bem!
Mas para quem não tenha, e o meu filho, por exemplo não tem e está desde Janeiro a tentar marcar uma consulta para Estomatologia através de uma Credencial do Centro de Saúde. Só as chamadas que eu já fiz, meu Deus! Agora apontam para eu ligar em Junho e tentar marcar então!
De facto, por tudo isto e porque as consultas desta especialidade são muito onerosas, esta é uma óptima solução.
Há 40 anos as pessoas, sem crise, que sabiam, queriam e precisavam iam às Escolas de Cabeleireiros para tratar do cabelo.
Porque não fazermos o mesmo aqui, em Portugal, escolher Faculdades de Medicina Dentária para tratar dos dentes?!
Fica a sugestão e a notícia.
JOÃO

Mais de 65 mil consultas no ano passado
Milhares de pessoas optam por tratar os dentes nas faculdades
23.05.2010 - 15:28 Por Lusa

No ano passado, realizaram-se mais de 65 mil consultas de medicina dentária, só em Lisboa e no Porto, feitas por alunos nas faculdades, a preços reduzidos.

Na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, o preço das consultas oscila entre os 15 e os 25 euros. Mas a mesma crise que leva mais gente a estes serviços faz com que muitos comecem a evitar também aqui os tratamentos mais caros.

No 3º piso da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL), quase só se ouve o barulho dos equipamentos. No gigante "open space" trabalham mais de cem alunos do 4º e do 5º ano, que diariamente põem em prática o que já aprenderam. Os pacientes parecem descansados nas mãos dos estudantes: a intervenção só começa depois de uma avaliação da história clínica e cada novo passo só é dado após aval do professor.

Ali, realizam-se anualmente cerca de 40 mil consultas, segundo João Marques, director da faculdade.

"Todos os trabalhos são controlados. Ninguém pode passar para a fase seguinte sem ser controlado e assinado por nós. O paciente está salvaguardado e o aluno também", explica Rosário Mexia, uma das assistentes de Dentisteria da Faculdade em Lisboa. A professora fez parte da primeira turma de alunos daquela faculdade, na década de 70, e garante que "nunca assistiu a nada de grave".

No Porto, o director da clínica, Paulo Melo, lembra que os alunos "começam pelos actos mais simples e conforme vão ganhando experiência e conhecimento vão avançando". No ano passado, realizaram-se cerca de 25 mil consultas.

Nas faculdades existe a obrigação moral de "prestar um serviço de excelência à comunidade", diz o presidente da associação de estudantes da FMDUL, Diogo Monteiro. Sem a pressão comercial das clínicas, os futuros dentistas podem "discutir a história clínica e recorrer a vários especialistas que já são professores catedráticos, professores assistentes", sublinha o aluno do 4º ano.

Maria do Carmo Silva, 48 anos, descobriu este serviço há três anos. "Já passei por várias mãos e não tenho razão de queixa. São simpáticos e muito preocupados. Já fiz aqui alguns tratamentos complicados e são tão cuidadosos que às vez ligam-me para saber como estou a reagir".

A questão do preço também é uma mais-valia. "As consultas são bastante mais económicas e, em tempos de crise, isto também conta", admite.

"A ideia é que as consultas não resultem em prejuízo para a instituição mas também não é para tirar grande dividendo. Temos de ter um preço atractivo para as pessoas virem cá, mas também temos de criar condições e matérias disponíveis para os alunos utilizarem", explica o director da clínica do Porto, Paulo Melo.

No final, e feitas as contas, "o prejuízo por consulta não é significativo, mas de forma alguma se consegue ter lucro".

Mas a crise também já se sente aqui, principalmente quando se trata de trabalhos mais onerosos, como colocação de próteses fixas ou implantes.

"Em algumas unidades curriculares há falta de pacientes, por causa da crise. As próteses fixas, por exemplo, são tratamentos mais caros e as pessoas não têm tanto desafogo económico para virem cá", lamenta Diogo Monteiro.

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