Estou muito feliz com esta solução encontrada pela família de José Saramago, quanto ao destino dos restos mortais do Prémio Nobel da Literatura 1998.
Ao lermos atentamente a notícia que veio no Público, vemos que tudo o que o escritor universal estará contemplado com a passagem das suas cinzas para o jardim junto à Casa dos Bicos, onde decorrem há anos as obras para instalação definitiva da Fundação José Saramago, fundação que era o orgulho de Saramago, e a Casa dos Bicos um sonho a tornar-se em realidade, que ele não pode ver completamente concretizado, mas que acompanhou com muita euforia e entusiasmo.
Ainda bem que tudo acaba como Saramago desejava! Todos nós poderemos, assim, ir colocar uma flor, de vez em quando, junto à oliveira centenária que virá da Azinhaga do Ribatejo, onde Saramago nasceu, e junto a uma pedra de Pêro Pinheiro, como ele tinha imaginado.
JOÃO
Anúncio de António Costa
Cinzas de José Saramago vão ficar no jardim frente à Casa dos Bicos
25.06.2010 - 12:54 Por Isabel Coutinho
As cinzas de José Saramago, que morreu há uma semana aos 87 anos, vão ficar no jardim em frente à Casa dos Bicos, em Lisboa, anunciou hoje o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, na Casa Fernando Pessoa.
O desejo de José Saramago de que os seus restos mortais ficassem num jardim lisboeta é assim cumprido. De acordo com a informação avançada pela Câmara de Lisboa numa intervenção à margem da leitura de "O Ano da Morte de Ricardo Reis" na Casa Fernando Pessoa em homenagem a Saramago, as cinzas do escritor e Prémio Nobel da Literatura vão repousar junto a uma oliveira centenária e a uma pedra em que estará gravada uma frase de "Memorial do Convento".
António Costa intercalou entre a leitura que decorre na Casa Fernando Pessoa as últimas duas linhas de “Memorial de Convento” : “Desprendeu-se a vontade de Baltasar Sete-Sóis, mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia”. E disse perante Pilar del Río e a família e amigos do escritor que também ali estavam: “Por José Saramago pertencer também à terra, queria aqui dizer que, como foi acordado pela família, as suas cinzas repousarão junto à Fundação José Saramago, na Casa dos Bicos, no quadro do arranjo do espaço exterior do Campo das Cebolas, em Lisboa, e será acompanhado por uma oliveira centenária da terra onde o Prémio Nobel nasceu, a Azinhaga, e com uma pedra de Pêro Pinheiro, tão utilizada na construção de ‘Memorial de Convento’ e onde ficará registada precisamente esta citação: “Mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia”.
Em termos legais, esta solução é possível desde que esteja salvaguardada a inviolabilidade do local. No Decreto-Lei n.º 411, de 1998, lê-se que "as cinzas resultantes da cremação podem (...) ser entregues dentro de recipiente apropriado a quem tiver requerido a cremação, sendo livre o seu destino final". Ângelo Mesquita, director municipal do Ambiente Urbano, disse ao PÚBLICO no início desta semana que, "se as cinzas forem depositadas no espaço público, a Câmara Municipal de Lisboa tem de aprovar esse acto". Esse passo já foi dado e não é conhecida ainda a data para a concretização da passagem dos restos mortais do autor de "Caim" para o jardim junto à Casa dos Bicos.
------------------------------------
Observação:
Eu estou a fazer uma página dedicada a José Saramago que será a minha singela homenagem.
Dessa página terás ligação com todas as mensagens, comentários, fotografias, vídeos e hiperligações existentes neste Blog.
Para veres a página, quando estiver acabada, clica AQUI.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
José Saramago (1922-2010) | Cinzas vão ficar no Jardim Frente à Casa dos Bicos | Fundação José Saramago
Etiquetas:
António Costa,
Azinhaga,
Casa dos Bicos,
Cinzas,
Fundação Saramago,
José Saramago,
Oliveira centenária,
Pedra de Pêro Pinheiro,
Premio Nobel da Literatura
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Lindo, João! A paciência, o carinho, o tempo que disponibilizaste a fazer uma página de homenagem a Saramago é simplesmente fantástico. Tenho a certeza que se ele pudesse ver, se comoveria com tamanho gesto. Nem todas as honrarias que lhe foram prestadas se aproximam desta simples homenagem. E sabes porquê? porque nada suplanta o que é feito com amor.
ResponderEliminarUm beijinho com muita admiração e carinho
Margarida
Minha querida Margarida,
ResponderEliminarVi há pouco a tua mensagem no Blog e fizeste-me chorar... e muito.
Fiquei tão emocionada! As tuas palavras são tão bonitas e tão elogiosas, mas exageradas.
Eu sigo a minha alma, e faço o que posso, dentro dos limites. Mas tu farias um trabalho magistral, pois tu és a personificação do dom e da beleza em tudo o que fazes.
Eu sou uma pessoa mais prática e com uma dose de pragmatismo.
Parei para chamar o Carlos e estive-lhe a ler o que me escreveste e voltei a chorar...
Não consigo ler o que me escreveste sem chorar, Margarida!
Não tenho palavras para te agradecer... E não consigo dizer mais nada! Estou com o coração a saltar...
Adoro-te! És uma pessoa muito especial e uma amiga maravilhosa!
Beijos muito amigos da
JOÃO
João, não exagerei em nada, e não pensei que te fosse comover desta forma, só disse a verdade. Estive a vê-la friamente, e reitero tudo o que disse. E tenho a certeza que Saramago concordaria comigo. Não são os grandes gestos, sem sentido, feitos para agradar ou para ficar na fotografia que são importantes. O importante é o que nos vai na alma e a tua é grande.
ResponderEliminarUm beijinho
Margarida,
ResponderEliminarEntão, obrigada, obrigada, obrigada!
Abraço amigo da
JOÃO