terça-feira, 8 de junho de 2010

No ARRASTÃO | Daniel Oliveira - Calem-me essas Vuvuzelas!

Ai, Daniel Oliveira, que artigo fantástico!

Não é que eu quis ver e ouvir o jogo e não conseguia. Coloquei o som no mínimo dos mínimos. E ainda estou com uma dor de cabeça atroz.
O pior, é que aqui na Charneca de Caparica, na rua onde moro, só passam carros a soprar na vuvuzela. Ainda agora passou um!
Não é no fim do mundial que eu vou ficar maluca. Já estou! E nem preciso de sair de casa, nem ligar a televisão, nem estar na África do Sul. As vuvuzelas estão a passar na minha rua!
JOÃO

Calem-me essas vuvuzelas!
Por Daniel Oliveira
Os treinadores queixam-se que não conseguem dar indicações aos jogadores. Os jogadores queixam-se que não conseguem ouvir os treinadores. Os árbitros queixam-se que não se conseguem ouvir uns aos outros. Os jornalistas queixam-se que não conseguem falar para as redacções. Há mesmo quem se queixe que a coisa pode provocar ataques de elefantes. Os médicos dizem que pode causar surdez. E agora chegou a vez do público se queixar: é insuportável ter a sensação de estar durante duas horas num engarrafamento. O som contínuo de vespeiro das malditas vuvuzelas não é apenas massacrante. Torna imperceptível as reacções do público a cada remate, golo, falhanço. Quem teve a ideia de tornar isto no “som de marca” deste Mundial não destesta apenas futebol. Odeia a humanidade. Se isto continua corremos o risco de assistir à primeira enxaqueca à escala global da história deste planeta. É com todo o respeito pelas tradições locais que deixo aqui um apelo: calem essas vuvuzelas! Aquilo só pode fazer mal ao ambiente.

in Blog "ARRASTÃO"

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