segunda-feira, 21 de junho de 2010

Manuel Alegre sobre José Saramago: Um homem profundamente português, culturalmente ibérico, cidadão do mundo sem ser cosmopolita

Manuel Alegre, o meu Candidato Presidencial, e um homem que eu admiro, falou sobre José Saramago e tem opiniões semelhantes às minhas.

Destaco esta expressão: “Havia no seu ateísmo uma espécie de religiosidade”, segundo Manuel Alegre, explicando que “ele não acreditava em Deus mas passou a vida a discutir com a ausência de Deus”

Aproveito para destacar a forma digna e de profunda admiração como Saramago falava de Jesus, o Homem, que é a forma como eu penso Jesus.

Eu penso que nunca ninguém pensou tanto sobre a existência de Deus como Saramago. A sua existência não está provada. E o que conta mesmo para mim, também, é pensar em Deus, mesmo se duvidar da sua existência.

JOÃO

Manuel Alegre sobre José Saramago:

“Um homem profundamente português, culturalmente ibérico, cidadão do mundo sem ser cosmopolita”

19-06-2010 Cadena Ser, TVI24, SIC

“Era um homem profundamente português, culturalmente ibérico e cidadão do mundo, sem ser cosmopolita” disse Manuel Alegre esta manhã, em entrevista à Cadena Ser, sobre José Saramago, que faleceu ontem. “Era um homem da terra, talvez parecido com aquele seu avô que ele dizia ser o homem mais sábio que conhecia apesar de não saber ler” disse ainda Manuel Alegre.

Veja declarações de Manuel Alegre à TVI24 AQUI.

“Havia no seu ateísmo uma espécie de religiosidade”, segundo Manuel Alegre, explicando que “ele não acreditava em Deus mas passou a vida a discutir com a ausência de Deus”.

“Cada seu romance era um ensaio e dos seus ensaios ele fez romances” disse ainda o poeta, que considerou que “todos os seus romances forma metáforas da condição humana”

À pergunta da Cadena Ser sobre que livro aconselharia, Manuel Alegre respondeu: “O mais conhecido é o Memorial do Convento , mas o meu preferido é Todos os Nomes , porque é um romance sobre o amor e a morte.

Manuel Alegre referiu ainda a “coerência de militante comunista ” de José Saramago, sublinhando “a sua lucidez e a forma como sabia provocar a reflexão e pôr em causa tabus e hipocrisias”.

Manuel Alegre esteve presente às 15.30 na CML, onde prestou a sua última homenagem ao amigo e ao homem que "vai ficar na história como um homem de grandes convicções", como declarou à saída aos jornalistas.

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