terça-feira, 29 de junho de 2010

Um Terço das Famílias Portuguesas têm Dificuldades | Famílias Sanduíche!

Segundo um estudo feito recentemente, há uma percentagem grande da população portuguesa que, tendo emprego, são pobre pois não conseguem pagar as contas, aviar os medicamentos, comprar os produtos essenciais para o dia-a-dia, comprar 1 livro, ir ao cinema... Enfim, subsistir com o mínimo de dignidade. Segundo um noticiário televisivo, as famílias pertencentes a essa camada populacional até já têm nome: Famílias Sanduíche! Isto por viverem completamente apertadas, ensanduichadas!

Fica um artigo que saiu no Esquerda.Net.

JOÃO
Um terço das famílias portuguesas têm dificuldades
Apesar de não serem classificados como "pobres" são muitos os vivem com dificuldades para pagar as contas.
Artigo | 28 Junho, 2010 - 11:13

No estudo, "Necessidades em Portugal: Tradição e Tendências emergentes”, apresentado nesta segunda-feira na Fundação Calouste Gulbenkian, a associação TESE, sob coordenação científica do Centro de Estudos Territoriais do ISCTE (CET/ISCTE), revela como vivem as famílias portuguesas que estão “ligeiramente” acima do limiar de pobreza. Entre as principais conclusões o estudou afirma que um quinto dos inquiridos tem dificuldades no pagamento das contas da casa e que 12 por cento não tem dinheiro para comprar todos os medicamentos de que precisa.

Segundo Teresa Costa Pinto, uma das coordenadoras do estudo, muitas destas famílias “estão excluídas dos sistemas de protecção pública, mas estão em condições insuficientes para alimentar recursos de sobrevivência. Há uma dificuldade em gerir o quotidiano”. A investigadora afirma ainda que “há dados que a contrariam. Há mais educação, mais saúde, melhor habitação do que há algumas décadas”, mas destaca o facto de que existirem grupos de vulnerabilidade “que nem sequer são os dos tradicionais pobres”.

O estudo conclui ainda que 41,3 por cento dos portugueses com actividade profissional remunerada experimentam situações de precariedade laboral, e mais de 50 por cento consideram a sua remuneração injusta.

Diante destas condições a famílias continua a ser o grande ponto de apoio, segundo a investigadora do ISCTE, há um natural recentramento nas redes primárias (família e amigos) em contexto de risco, e um “assumir de uma postura individual”, “volto-me para mim e para os meus próximos em detrimento de uma estratégia mais colectiva”.

“Há uma racionalidade extrema na gestão do quotidiano, mas pouca mobilização colectiva no sentido de produzir reivindicações. A luta quotidiana é quase só travada pessoalmente”, conclui Teresa Costa Pinto.

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