Artigo muito claro e com fundamento.
JOÃO
Desemprego em cima. Salário em baixo!
Numa economia onde a única coisa que cresce é a desconfiança, as medidas de austeridade vão agravar ainda mais os indicadores agora divulgados pelo INE e Banco de Portugal
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Numa economia onde a única coisa que cresce é a desconfiança, as medidas de austeridade vão agravar ainda mais os indicadores agora divulgados pelo INE e Banco de Portugal.
A par destes dados, vieram ainda a público noticias sobre a proposta de lei do Governo sobre as compensações em caso de despedimento.
Os primeiros demonstram-nos uma recessão que se aprofunda, com o Produto Interno Bruto (PIB) português a diminuir 0,9% face ao segundo trimestre de 2010, tendo registado variação nula relativamente ao primeiro semestre; com o consumo privado a recuar 3,4% - a maior queda desde 1978; com a actividade económica a sofrer a sexta queda consecutiva;
Os segundos indicam uma descida em 0,3% na taxa de desemprego passando a 12,1% e abrangendo 675 mil pessoas. Ressalvo, como é óbvio, todos os que já não fazem parte das estatísticas há muito tempo. São os números dos pomposos nomes de “inactivos disponíveis ou desencorajados”. São ainda os/as que trabalhando apenas umas horas semanais são considerados empregados.
Analisando com maior pormenor estes dados, constatamos que o desemprego aumentou nas pessoas com mais de 45 anos o que indica que vamos ter mais desemprego de longa duração com menor cobertura social, logo mais pobreza para os desempregados.
Segundo o INE, mais de 80% dos empregos criados foram precários. É fácil então compreender que se a criação líquida de emprego aumentou - criando-se entre Abril e Junho 27 mil empregos, situação que já não se verificava desde meados de 2008 - todo o emprego que se criou é Precário.
Sabemos que assume todas as formas e feitios: contrato a prazo, recibo verde, em empresa de cedência temporária onde num posto de trabalho permanente se põem numa perversa dança dezenas de trabalhadores por umas semanas ou meses, deitando-os borda fora quando estão à beira de adquirir o direito de passar a efectivos.
Temos então, isso sim, o desemprego em cima.
Sabemos que numa economia onde a única coisa que cresce é a desconfiança, em que as medidas de austeridade se traduzirão num agravamento destes indicadores com o aumento dos impostos, o aumento dos preços, o corte nos salários e pensões em cima dos outros cortes já sofridos como é o caso do abono de família ou das bolsas de estudo, os salários ficarão em baixo.
A solução? Não será a da Troika não. A solução passa por desconstruir os fantasmas do défice e da dívida com que assustaram os eleitores por essa Europa fora. Construir a luta contra os de sempre, os mesmos donos, os senhores do capital.
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