segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Miguel Portas | Os Mercados, os Carneiros e as Palavras Gastas de Merkel e Sarkozy | Programa "Conselho Superior" da Antena 1 | Audio

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Os mercados, os carneiros e as palavras gastas de Merkel e Sarkozy
Produzido por The Week, 20/08/2011
      
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Os mercados “andam agitados” porque não há nenhum horizonte de crescimento para a economia e, pelo contrário, “são cada vez mais os sinais que anunciam a chegada de uma nova crise, com retracção e recessão”, considera o eurodeputado Miguel Portas.

Na sua crónica semanal no espaço Conselho Superior da Antena Um, Miguel Portas sublinhou que a coexistência da “irracionalidade dos mercados” e da falta de respostas políticas convincentes, designadamente na última cimeira franco-alemã, faz com que a situação actual das praças financeiras “não dê estabilidade e seja pasto para operações de especulação”.
“Os mercados são como os carneiros; quando um começa a vender todos vendem; quando um começa a comprar todos compram”, comparou o eurodeputado do GUE/NGL eleito pelo Bloco de Esquerda. Em termos psicológicos, acrescentou, os mercados “são bipolares, passam da euforia ao pânico com uma mão cheia de nada em matéria política” como foi o resultado do encontro entre Merkel e Sarkozy que, “não tendo nenhuma novidade para dar, mais valia terem ficado calados”.
Miguel Portas defende que nenhuma das medidas propostas pelos dois estadistas é nova: nem a proposta, “ideológica”, de inclusão dos limites dos défices orçamentais nas Constituições; nem a criação de um governo económico da Zona Euro, mais uma instituição sem controlo porque “não existe parlamento da Zona Euro mas sim Parlamento Europeu”; nem a anunciada taxação das transacções financeiras, em tese positiva mas que além de ser de difícil aprovação – exige unanimidade dos Estados membros – não se destina a crescimento e criação de emprego. Miguel Portas explicou que o destino previsto para essas receitas, segundo a proposta em cima da mesa, é a redução das contribuições dos Estados membros para o orçamento europeu.
Daí, concluiu, que “não havendo horizonte de crescimento para a economia”, mas sim ameaça de recessão, e não havendo também respostas políticas convenientes, “os mercados andem agitados"


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