E o nosso Preseidente da República não quis homenagear o Prémio Nobel José Saramago, não estando presente nas cerimónias da sua despedida, como deveria ter estado. Afinal, a Nação teve dois dias de luto nacional!
Fica uma matéria, do Público.pt, sobre a visita de Cavaco Silva a Cabo Verde.
E fica, também, um dos melhores Cartoons do Bartoon, que eu adoro. Espero que gostes, também!
JOÃO
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PUBLICO.PT - Bartoon - 06-Julho-2010
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Visita oficialCavaco realça relações de "muita excelência" com Cabo Verde
06.07.2010 - 07:49 Por Nuno Sá Lourenço, Cidade da Praia
Presidente da República ouviu governantes e deputados cabo-verdianos citarem Saramago nas comemorações do 35.º aniversário do país.
Cavaco Silva já está em Cabo Verde há mais de um dia. Mas a visita oficial só hoje arranca. Ontem, o Presidente da República Portuguesa limitou-se a ser um "convidado de honra" nas cerimónias oficiais dos 35 anos do país, o que, segundo o chefe de Estado, atesta as relações de "muita excelência" entre Portugal e aquele país.
O mais alto magistrado português assinalou no dia de ontem o "simbolismo político" da sua presença a convite de Pedro Pires, resultado de "dois países que olham para o passado sem quaisquer complexos".
"As autoridades cabo-verdianas querem aproveitar o que a História nos legou para construir com Portugal uma relação sólida para o futuro. E eu sinto-me particularmente satisfeito por estar associado a este momento de muita excelência, de relação muito especial entre Portugal e Cabo Verde", disse o chefe de Estado, numa declaração aos jornalistas, à margem da sua participação nas comemorações do 35.º aniversário da independência do país.
Exemplo disso, para o Presidente, foi a participação de soldados portugueses no desfile militar de ontem. Cavaco Silva destacou também a sintonia em relação à cultura. "Ambos valorizam a língua portuguesa", disse.
A relação entre os dois países deverá servir também para debater os pontos quentes da comunidade de países de língua portuguesa. Cavaco Silva reconheceu que Guiné-Bissau será tema de conversa com o seu homólogo e com o primeiro-ministro José Maria Neves.
Mas a proximidade entre os dois países não se mostrou apenas aí. Durante as comemorações na Assembleia Nacional, os discursos proferidos pelos responsáveis políticos cabo-verdianos evidenciaram a identificação com a cultura e as figuras da cultura portuguesa.
Ainda que o dia fosse de exaltação nacional, a melhor forma que alguns dos oradores encontraram para o fazer foi recordar a memória do escritor José Saramago. Dos cinco discursos proferidos, três referiram-se ao Prémio Nobel, tanto para "honrar a sua memória" como para o citar.
O próprio Presidente cabo-verdiano, Pedro Pinto, o citou para enaltecer o seu país: "Cabo Verde fabrica o seu próprio chão, inventa a sua própria água, repete dia-a-dia a criação do mundo", leu o chefe de Estado de Saramago.
A mesma frase foi aproveitada pelo líder parlamentar do PAICV (actualmente no poder), Rui Semedo. E António Monteiro, do UCID, recordou o escritor para exigir que os fortes fossem mais justos e os justos mais fortes. Um aparente contraste em relação à opção de Cavaco Silva em não participar na cerimónia fúnebre do escritor, há semanas, em Portugal.
O jornalista viajou a convite da Presidência da República
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