O Luso Jornal era um jornal semanal, de distribuição gratuita para a comunidade portuguesa, em França e na Bélgica.
Esta foi, certamente, uma a má notícia para os seus fiéis leitores.
É a permanente asfixia do jornalismo independente do poder político e e económico. Fiquei, também, a saber, por um debate na RTP N que já não se publicam vários dos jornais gratuitos que eram editados quando eu ainda trabalhava e que muito prazer me davam a ler nos tgransportes públicos que eu tomava que eram 6 diários. Penso que ficou o Metro e ainda outro, mas não sei qual.
Para veres o último número on-line do Luso Jornal (versão francesa, pois havia uma belga), o 263, datado de 30 de Junho, clica AQUI.
Chamo a atenção para a primeira "notícia". Trata-se de uma atitude xenófoba de impedir uma criança de 5 anos de levar a camisola da selecção para a escola.
Pois este tipo de notícias vão deixar de circular entre as comunidades portuguesas.
JOÃO
2010-07-02
O semanário franco-português “LusoJornal” deixou de ser editado esta sexta-feira.
Em carta aos leitores, o director Carlos Pereira explicou que o encerramento da publicação bilingue resulta de uma ordem do tribunal, que determinou a liquidação da Aniki Communications; empresa proprietária do jornal.
A medida judicial resulta da falência do canal franco-português CLP TV, em Outubro de 2008.
“O LusoJornal é hoje um projecto com benefícios, mas segundo os juízes, não são suficientes para absorver as dívidas anteriores, essencialmente ao fisco”, pode ler-se na mensagem.
Criado em 2004, o único semanário franco-português editado em França era distribuído gratuitamente e contava com 35 mil leitores por semana.
Caros Leitores,
ResponderEliminarO Tribunal de Comércio de Créteil decidiu ontem proceder à ‘Liquidação’ da Aniki Communications, a empresa que edita o LusoJornal. Esta decisão faz também com que o jornal cesse de ser editado a partir de hoje. O LusoJornal era o único semanário franco-português de informação editado em França e tinha cerca de 35.000 leitores por semana. Uma parte dos leitores estava habituada a ler o jornal em papel, recuperando-o nos principais sítios de passagem da Comunidade e outra parte, talvez ainda mais importante numericamente, lia via internet. Sempre gratuito. Desde 2004, mostrámos que é possível fazer um jornal de qualidade nas Comunidades, com informação de proximidade e sem necessariamente estar carregado de publicidade. As críticas que temos tido são muito positivas, pela seriedade do nosso trabalho e pela constância da nossa ação. Desde 2004 soubemos encontrar o equilíbrio entre as diferentes forças da Comunidade, dando sempre a palavra a quem tem algo para dizer. Mostrámos independência política, diversidade de ideias, e tínhamos uma só ambição: informar, lutar pelos direitos cívicos dos Portugueses residentes em França, dando-lhes a informação necessária para uma completa integração em França, guardando sempre laços fortes com Portugal. Uma Comunidade com mais de um milhão de pessoas tem necessariamente notícia para ser tratada, tem talentos para serem revelados, tem atividades para serem divulgadas,... Para além da Comunidade portuguesa, as demais Comunidades lusófonas residentes em França, nomeadamente a Comunidade brasileira e a Comunidade Cabo-verdiana, foram devidamente abordadas nas páginas do LusoJornal. Mas, para além de editar o LusoJornal, a Aniki Communications também produzia conteúdos para televisão. O canal franco-português CLP TV faliu em Outubro de 2008 e deixou-nos uma dívida enorme. Esta dívida teve um grande impacto negativo na nossa empresa. O LusoJornal é hoje um projeto com benefícios, mas, segundo os Juízes, não são suficientes para absorver as dívidas anteriores, essencialmente ao fisco. Batemos-nos, sobretudo nos últimos meses, para salvar a empresa. Ontem apresentámos no Tribunal de Créteil uma evolução bastante favorável da nossa situação. Mas, curiosamente, o Tribunal escolheu a fórmula mais simples e radical, e pôs termo ao nosso projeto. Em meu nome pessoal, e em nome de toda a equipa do LusoJornal, quero agradecer a fidelidade dos leitores e também a sua interatividade connosco. Quero agradecer aos responsáveis pelos espaços onde o LusoJornal era distribuído, aos imensos colaboradores que tínhamos pelo país e aos nossos clientes, com quem mantínhamos também relações de amizade. Obrigado a todos. Durante estes últimos meses de luta para salvar a empresa, tivemos, é verdade, alguns apoios. Houve quem estivesse a nosso lado. Nunca nos esqueceremos destas ajudas! Este é um momento difícil para nós. Sabemos que a Comunidade portuguesa ficará mais pobre sem este órgão de comunicação. Mas quem sabe se o projeto interessará a algum investidor que queira dar continuidade ao jornal. Se tal for o caso, a nossa disponibilidade é total para que o LusoJornal possa voltar, ainda mais reforçado. Estamos abertos a qualquer proposta que nos possa ser formulada. No que nos diz respeito, as Comunidades portuguesas continuam a ser o nosso principal pólo de interesse.
Cumprimentos e até sempre,
Carlos Pereira
Diretor do LusoJornal