sábado, 9 de julho de 2011

Miguel Portas | Portugal e Grécia: Fatalmente Ligados | As Agências de Rating «São Basicamente Agências de Crime Contra os Povos»

Uma vez mais uma excelente entrevista de Miguel Portas ao programa “Conselho Superior" da Antena 1, em que o Eurodeputado eleito pelo Bloco de Esquerda no Parlamento Europeu, faz o seu comentário semanal sobre a actualidade política.
É destas brilhantes explicações que o nós precisamos.
Não percas, pois, esta entrevista!
JOÃO


 
Miguel Portas no programa "Conselho Superior"
Antena 1 - 2011/7/08
Portugal e Grécia: fatalmente ligados
 

 

“Os destinos de Portugal e da Grécia estão indissoluvelmente ligados”, quanto mais não seja pelos mercados financeiros, e se o Parlamento e o Governo portugueses não estiverem conscientes disto o plano B das agências de rating previsto para o fracasso do segundo resgate grego trará a insolvência dos países sob resgate, pondo a prazo o Euro e o próprio projecto europeu, denunciou Miguel Portas na sua crónica semanal no espaço Conselho Superior da Antena Um. Uma crónica a não perder.
O eurodeputado do GUE/NGL eleito pelo Bloco de Esquerda revelou que por detrás da decisão da Moody’s de reduzir a economia portuguesa a lixo está a situação grega, onde o envolvimento de bancos privados franceses e alemães num novo resgate que “é por dinheiro em cima de um primeiro resgate que foi um fracasso colossal”, foi chumbado pelas agências de notação.
E as agências de notação, “que são basicamente agências de crime contra os povos” – sublinhou Miguel Portas – agiram de uma maneira que fazem com que “todos os discursos que os nossos dirigentes políticos estejam a fazer de que Portugal é muito diferente da Grécia seja uma música sem veracidade do ponto de vista da realidade”.
Não basta, acrescentou o eurodeputado, que tenha sido aprovado o programa de governo incluindo o memorando da troika, que tenha sido criado um imposto extraordinário, que tenham sido extintas as golden shares : “o problema da dívida soberana portuguesa é o problema da Irlanda e da Grécia, é obviamente um problema europeu e só pode ter uma solução europeia”.
“Ou não há solução, ou tem que ser europeia”, insistiu Miguel Portas. E a convicção do eurodeputado é a de que existe um “Plano B” patrocinado pelas agências de notação e que “é preciso denunciar desde já”: “se não avançar o segundo resgate na Grécia vai avançar a parte relativa aos bancos; os bancos não perderão, o que vai cair é o próprio país”.
Miguel Portas fez votos para que este não seja o assunto do dia já em Setembro próximo, isto é, “que se não avançar a solução para o Estado grego o que vai avançar é o pagamento dos créditos através de fundos e recursos públicos, de uma maneira ou de outra e, neste contexto, cai a Grécia e a seguir cai Portugal”.
Por isso, defende o eurodeputado, o Parlamento e o Governo de Portugal têm de se bater afirmativamente pelo lançamento de títulos de dívida pública europeia “a tempo de evitar a bancarrota e a insolvência dos países sob resgate”.
Porque, advertiu, “a seguir vem a Espanha e, nessa altura, sendo a Espanha o maior credor de Portugal ao nível dos países, então ficará o euro em causa e em causa estará mesmo o projecto europeu”.

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